Parlament de Catalanya

Barcelona está um pouco mais fria que Madrid. Vim preparado psicologicamente para um pouco mais de calor, afinal aqui é praia, mas preciso colocar uma blusa a mais. E ainda há o vento, algumas vezes bem forte, aumentando a sensação de frio.

Sem problemas, vou começar a andar e esquentar. E o primeiro ponto que coloquei em minha lista é bem no bairro em que estou, Poblenou, trata-se do projeto supermanzanas. Eu li sobre ele enquanto estava no Brasil.

O bairro está sendo o primeiro para um estudo de  mobilidade urbana. Algumas quadras terão o ciclista e o pedestre como prioridade, carros só entram para estacionar e não circular. Como esta nova configuração afetará a circulação? Em que ruas mais o projeto deve ser implantado? Como o novo espaço fechado para carros será usado? Todas estão são perguntas a responder, é por isso que vou lá ver.

Supermanzanas

O bom também é que vou descobrindo mais a região. Há uma igreja bem aqui ao lado.

Bem na rua em que  estou, um edifício lá na frente se destaca.

Parece o The Gherkin de Londres. Gherkin é pepino em inglês, é assim que chamam um edifício lá na capital britânica, parece muito esse. Daqui a pouco chego lá para ver.

Ah, cheguei no início da supermanzana. Manzana é quarteirão em espanhol, supermanzana um conjunto de quarteirões. Começa aqui a restrição a carros.

Olha só, a restrição a carros é tão real que até bancos foram colocados nas ruas…

… e nas esquinas.

Bicicleta é prioridade mesmo! Bem explícita!

Poblenou

Talvez este bairro tenha sido escolhido para o teste de mobilidade por já ser um mais diferente, os edifícios mostram claramente.

Vou ver se dá para entrar.

Não acredito, olha o que estão projetando em uma das salas.

Pelo jeito aqui é uma espécie de Sebrae, aqui na minha frente está um grupo de empresários brasileiros que tem seus negócios aqui em Barcelona. Justamente agora estão discutindo suas experiências, eu fico ouvindo do lado de fora.

A conversa está boa, mas tenho muito chão para andar.

De fato, os edifícios aqui são bem diferentes. Vou me afastar para uma visão mais ampla destes dois achatados.

Que diferente. E o pepino aparece novamente. Não aguento a curiosidade, vou pesquisar no celular.

Seu nome é Torre Agbar, construído em 2005, tem 34 andares e 145 metros de altura. É o terceiro edifício mais alto da cidade, ficando atrás apenas da Torre MAPFRE e do Hotel Arts que vimos no passeio de ontem na beira da praia.

Construído basicamente de concreto e vidro, foi um projeto polêmico no início de sua construção e hoje se tornou um ícone da cidade. Embora seja bonito durante o dia, à noite é que a Torre Agbar se destaca demais. Com seus mais de 4.500 dispositivos luminosos projetando imagens diferentes, é visível em várias partes de Barcelona.

É, vou dar um jeito de vê-lo em uma destas próximas noites. Enquanto isso, continuo a caminhada no bairro.

 

 

Vejo algo que parece uma chaminé, vou tentar descobrir.

Aparentemente a tal chaminé está atrás da Fandació Vila Casas. Aproveito para pesquisar esta fundação, é um espaço com muitas atividades e exposições. Certamente deve ser interessante, mas por enquanto vou priorizar o passeio a pé pelas quadras. Antes, porém, um registro da escultura na frente da Fundació.

Os edifícios comerciais não param de surpreender.

Até os residenciais são diferentes.

Em meio a tanta modernidade, há espaço para os prédios antigos preservados.

Ah, aqui está a chaminé. Se estou entendendo bem a região, ela está na Universitat Pompeu Fabra, campus Poblenou.

Mistério resolvido. Agora vejo um mercado, vou entrar.

Uau, eu estava olhando o plano do mercado e o nome na parede e nem havia prestado atenção ainda aqui dentro. Olha só que beleza!

Por outra porta, o mercado comunica com um grande shopping.

Na saído do shopping, olha o que encontro.

Merece uma selfie.

Não achei Madrid uma cidade favorável às bicicletas, não vi muitas ciclovias e os ciclistas precisavam lutar por um espaço nas ruas e muitas vezes calçadas. Aqui em Barcelona, talvez por ser uma cidade bem mais plana, há bicicletas para tudo quanto é lado.

Este prédio atrás é o shopping em que estava há pouco. Como bem na frente está a Torre Agbar, vou chegar mais perto.

Parece que o acesso não é muito fácil, então nem vou tentar entrar. Vou mesmo é abrir o Trip Advisor e ver que pontos de interesse há mais na região.

 

Nem precisava do aplicativo, era só olhar para o lado e ver o Museu de les Arts Decoratives.

O sol aqui está atrapalhando a foto, vou dar a volta.

Que diferente, não é? E bonito. Entro no prédio para olhar, mas vejo apenas grandes espaços abertos. Vou continuar a andar na região.

Nossa, o que é isso?

Encants Barcelona

Vou lá ver!

É o Encants Barcelona, um espaço de comércio e serviços. Há muitas e muitas bancas vendendo de tudo aqui. É um mar de gente!

Tem até praça de alimentação, vou então almoçar.

Estômago cheio, aproveito que estou no andar mais alto deste espaço e faço algumas fotos mais.

O Encants Barcelona tem até Harry Potter.

Uma última deste mercado extremamente agitado!

Na saída, uma foto de despedida.

Como esta região não para de surpreender, andando pela Avinguda Meridiana, passo em frente ao Teatre Nacional de Catalunya.

Vou subir.

Está fechado, é cedo ainda, mas dá para fotografar o interior pela porta de vidro.

O teatro é gigantesco, os pilares de sustentação dão uma ideia da altura.

Na caminhada, bem depois de uma praça bem cuidada, um prédio combinando estilo antigo e estilo novo.

Consulto o Trip Advisor, é a Central Catalana de Electricidad.

Tentei entrar, mas o simpático segurança me barrou logo na porta. Então só me resta fotografar a fachada do belo prédio.

Não tem problema, do outro lado da esquina aparece a Estació del Nord, esta faz muito meu estilo. Vou atravessar a rua e entrar.

Aqui nem é bem a estação, que fica ao lado, mas o espaço de uma antiga estação – que é simplesmente lido e gigante, como mostrou a foto – é usado hoje como um centro de esportes municipal.

Vou passear pelo prédio.

Uma viagem ao passado.

Os prédios residenciais já começam a ficar mais normais, o que não quer dizer que não sejam bonitos. Muito pelo contrário!

O Google Maps mostra o nome da praça ao lado, Parque de la Estació del Nord.

Para fazer justiça à criatividade existente em Barcelona, o parque tem seu diferencial.

Arco de Triunfo de Barcelona

Mais um ponto de minha lista, o Arco de Triunfo de Barcelona.

Ao contrário dos outros arcos triunfais com propósitos militares, o Arco do Triunfo de Barcelona tem um significado mais artístico, científico e econômico. Além disso, é bastante utilizado como linha de chegada de algumas das corridas mais importantes de Barcelona, como a Maratona de Barcelona. O monumento, construído em 1888, foi restaurado em 1989.

Merece ou não merece uma selfie?

Vou passar por baixo, sentir a emoção (rs) e fotografar o outro lado.

Passeig de Lluís Companys

No Google Maps particular que criei ainda no Brasil, há um sinal – este bonequinho azul andando – sugerindo continuar o passeio pelo Passeig de Lluís Companys.

Então vamos!

O roteiro sugere prestar atenção nas luminárias modernistas de autoria de Pere Falqués.

Fujo um pouco do roteiro, preciso olhar com calma um lindo prédio a minha esquerda.

É o Tribunal Superior de Justicia Sala Civil y Penal. Vale certamente mais fotos!

Não sei se estou exagerando, mas o muro em frente ao Tribunal precisa ser fotografado. Parece bem antigo e com obras bem interessantes.

No final do passeio encontra-se o Monument a Rius i Taulet, uma homenagem a quem foi prefeito de Barcelona, por três ocasiões diferentes no final do século XIX, e também durante o período da Exposição Universal, em 1888.

O roteiro que preparei e outros que pesquiso agora no celular não falam sobre esta espécie de mosaico aqui.

De fato, é um mapa. Quando eu entender melhor Barcelona, talvez eu volte aqui para ver se consigo identificar os pontos apontados no mapa.

Parc de la Ciutadella

Na sequência, sempre em linha reta, o Parc de la Ciutadella, o parque mais antigo de Barcelona.

À direita de quem entra, o Castell dels Tres Dragons, de estilo neogótico.

Embora o modernismo ainda não estivesse em voga na época da construção, soluções arquitetônicas inovadoras que anunciavam o novo estilo, como o uso do ferro e do tijolo à vista.

Essa informações sobre estilos e construções encontro no Passaporte BCN, um site com excelentes roteiros para conhecer Barcelona. Recomendo enfaticamente!

Por exemplo, o site fala que encontro agora à direita o Hivernacle e o Umbracle, duas grandes estufas instaladas no parque.

Mais, o Passaporte BCN informa que o Hivernacle foi construído com ferro e vidro, uma imitação do Crystal Palace de Londres. Não posso dar palpite, não lembro deste prédio na Inglaterra. Melhor continuar o passeio.

Só para não depender totalmente do site que estou acompanhando, resolvo ler a placa.

Na sequência, ainda dentro do Parc de la Ciutadella, o Museu Martorell. Na lateral do museu já dá para identificar seu trabalho, geologia.

Que interessante, material vindo diretamente de um vulcão.

Não vou entrar, apenas fotografar o prédio, é o que mais gosto de fazer.

Vários parques aqui em Barcelona proporcionam wifi.

Experimento a conexão, funciona. Aí tento ligar para minha mulher e ela não está online. Que pena, queria que ela andasse no parque comigo.

Bem, vou continuar andando sozinho.

Aqui parece haver uma outra estufa …

… com uma bela porta.

Fiquei curioso com uma placa, está escrito que o sistema de irrigação aqui é inteligente.

Será por gotejamento, assim não há desperdício de água? Não vi qualquer sinal a respeito.

Um parque que se preza tem fontes…

No final do parque, já na divisa com o Jardim Zoológico, L’estàtua eqüestre del general Prim.

Por curiosidade, pesquiso agora quem foi o General Prim, acho apenas um texto falando sobre o político e militar catalão Juan Prim y Prats Reus, 1814 – Madrid, 1870), Presidente do Conselho de Ministros da Espanha e um dos artífices da Revolução de 1868.

Com toda esta importância, revejo as cenas de luta na base do monumento.

Olha a perfeição do cavalo, mais ainda da crina do cavalo.

Distraído com a estátua, sou trazido novamente à realidade pelo som de um sino. Há uma igreja aqui ao lado.

O Google Maps me ajuda a descobrir o nome.

E ao lado da igreja, uma antiga escola.

Dou a volta para ver a frente tanto da igreja…

…quanto da escola.

 

Todas estas últimas fotos não estavam no roteiro do Passaporte BCN, agora é melhor eu voltar porque não sei o que é o prédio bem em frente à escola e igreja que acabamos de ver. E o Passaporte BCN sabe, é o Parlament de Catalanya.

Parece mais é um palácio!

Há um jardim entre nós, vou passar por ele. E com muito gosto!

Pronto, estou bem na frente.

Estou atrás de uma grade, vou dar a volta e ver mais de perto.

Grade? Pois é, um ótimo local para os cadeados dos enamorados.

A fachada do Parlament de Catalanya é toda trabalhada, como tem sido o caso de várias outras que vi até agora.

A entrada combina com o prédio, mas um segurança já está bem aqui na porta para impedir a passagem. Não dá para entrar porque Parlament é a sede do poder legislativo da Catalunha.

Puxo conversa com ele, confirmo que a entrada é proibida, mas pergunto  se posso chegar perto da porta? Ele concordou!

Antes de ser destinado ao parlamento, o prédio foi o arsenal militar da fortaleza que existia na Ciutadella.

Já que não posso entrar, vou voltar ao parque. Passo nos fundos do prédio do Parlament e fico igualmente impressionado. Há um casinha aqui muito parecida com o prédio principal.

O Passaporte BCN sugere agora um dos lagos  do Parque de la Ciutadella.

De um lado o lago, do outro uma cópia em tamanho natural de um mamute.

Mas por que um mamute aqui?

A placa na frente explica que o precursor do elefante viveu nas terras que hoje é o Parque de la Ciutadella. Muito bem, está explicado! E os turistas agradecem o monumento!

Aí caminho alguns passos e não acredito no que vejo, uma cascata monumental. É um dos lugares MAIS BONITOS que já vi até agora em Barcelona. Fico até perdido, não consigo encontrar um jeito de fotografar…

… e a grandeza da cascata ser fielmente retratada.

Já que não acho o ângulo perfeito, vou pelo menos para a melhor solução para a foto.

Depois dessa, vamos a um pouco de história. O responsável pelo projeto do Parque de la Ciutadella foi Josep Fontserè, que contou com a ajuda de um jovem Antoni Gaudí para o projeto hidráulico da cascata, incluindo uma  gruta embaixo. É, o jovem Gaudí já mostrava seu talento desde cedo.

O monumento foi inaugurado em junho de 1881 antes de estar completamente terminado. E eu vou passear por ele agora.

Dá para cehgar mais perto, é só subir os muitos degraus da escadaria!

Muitos degraus!

A subida pode ser forte, mas permite ver o monumento bem ao lado.

Que perfeição estes cavalos!

Na subida dá também para prestar atenção na conversa das pessoas. Olha só, encontrei um trio de brasileiros, eles estão treinando passos da Vassourinha para mostrar aos turistas. Vou fotografar discretamente.

Um deles acabou de falar:

– É só começar Vassourinha e o pessoal vai à loucura!

Pois é, ele  sabe o que fala. Voltando à cascata…

Pronto, cheguei no topo. Daqui dá para fotografar de outro ângulo os cavalos que me encantaram há pouco…

… e acompanhar o treino da Vassourinha.

 

Divertido! Mas vim aqui para olha a vista da cascata…

Aqui em cima não é só um espaço pequeno, há um espaço páteo. Conforto total!

Hora de descer e aproveitar outros ângulos monumentais desta cascata monumental. A ênfase é para o carro de l’Aurora, uma grande escultura no alto do monumento.

E um pouco mais para baixo.

Como de hábito, fotos de casamento em monumentos turísticos.

Bom, foi uma visão detalhada da cascata. E do parque! Hora de ir embora.

No extremo oposto, ao lado do ponto em que entrei, uma obra de arte que eu havia visto de relance e agora estudo  com mais cuidado.

O Google Maps ajuda a entender, é só clicar no monumento e o aplicativo mostra o nome.

Agora que pelo menos leio o nome, presto um pouco mais de atenção, embora sem entender muito o que vejo.

O que entendo mesmo é o que está no chão ao lado.

Periquitos. E, veja, são todos identificados com uma placa no pescoço. Devem ser estudados e tratados por algum órgão da prefeitura.

O Passaporte BCN indica o próximo ponto de interesse, Homenatge a Picasso. Está ao lado do parque, bem no fim de um corredor de árvores.

Criada em 1981 pelo artista catalão Antoni Tàpies (1923-2012), esta homenagem a Picasso é um cubo de vidro contendo mobília modernista. Segundo o Passaporte BCN, tudo é uma uma alusão à Barcelona industrial, época em que Picasso morou aqui. Ainda no interior podemos ver telas brancas com frases de Picasso.

A instalação está dentro de um espelho d’água, que sai pela parte superior das paredes do cubo e desce pelas laterais. Vou ver de perto.

Podem falar o que quiserem, mas eu gostei! Até a calçada que chega aqui é bonita e segue o estilo desta homenagem, há um  riacho aqui.

O roteiro que estou seguindo no Passaporte BCN sugere agora El Born, bem aqui ao lado.

Tudo bem, deve ser bem interessante, mas estou esgotado, melhor parar agora e voltar amanhã para aproveitar bem o passeio.

Mesmo cansado, volto a pé para casa. Sim, porque o Google Maps indica pouco mais de 20 minutos de caminhada e um tempo parecido se for de ônibus. Não vou desperdiçar a oportunidade de andar por aqui com calma.

No final das contas, o dia terminou como começou, com uma bela vista de prédios de vanguarda.