Camden Lock

A previsão para o dia é de um pouco de chuva, acho melhor ir a algum lugar fechado. Há uma exposição sobre trabalhos feitos com Lego que parece ser bem surpreendente e inovador. Vou ver.

Desço na London Bridge. Não canso de ver as estações de trem e metrô, são sempre muito bonitas.

Saindo do trem, preciso pegar um ônibus. O Google Maps avisa que a linha 47 é aquela que leva até Shoreditch, o local da exposição. Vou até o ponto também com a ajuda do Google Maps e vejo que o ônibus chegará em 9 minutos.

Errei, era menos tempo. Prestei mais atenção é vi que este é o quinto ônibus esperado aqui no ponto, olha o número 5 antes de Shoreditch. Em seguida o placar é atualizado e aparece um outro ônibus mais imediato, 2 minutos para sua chegada.

É por isso que sou fã número 1 do transporte público desta cidade.

No ônibus, mais uma vez os ícones da cidade. Olha só The Shard novamente, fica ao lado da London Bridge, da estação de trem em que eu estava e do ponto do ônibus que acabei de entrar.

Vi uma outra coisa agora do ônibus, algumas casas e prédios aqui têm nomes.

Esta foi a Emblem House, a próxima é a House of Fraser.

Descobri mais um apelido dos edifícios mais famosos. Já havia descoberto o nome deste mais à direita, o Walkie-Talkie.

Fiquei sabendo agora o nome do outro ao lado. Ele não parece um pedaço de queijo? Pois então, é conhecido como Cheesegrater, fica na 122 Leadenhall. Não sabia o que significava a palavra, o Google Tradutor informa, ralador de queijo.

O local que acabei de chegar é um centro administrativo da cidade…

…também tem o Jamie’s, a cantina em que estive ontem…

… e algumas coisas mais criativas já anunciam o estilo da região.

Estou em Shoreditch. É a segunda vez, estive aqui nos primeiros dias da viagem.  Foi a primeira grande feira que encontrei.

Nem tem como me sentir sozinho,  estou sempre recebendo mensagens do Brasil. Acabou de chegar uma de meu pai, enviada através de minha esposa.

Comento com ele o clima característico de Londres. É impressionante, o céu estava completamente azul quando saí de casa. Agora, nem 1h depois, já choveu!

Finalmente cheguei na exposição, The art of the brick. São esculturas e “pinturas” feitas pelo artista Nathan Sawya. Eu havia visto muitas fotos pela cidade divulgando a mostra, fiquei com vontade de ver.

Meu coração bateu forte quando vi a primeira escultura. Achei muito, muito bonita. Meu coração bate mais forte agora novamente enquanto escrevo este post!

Olha só o detalhe dos Legos desta escultura que acabamos de ver.

Eu só estava no começo, ainda teria muito mais pela frente. Que bom!

Tem até “quadros” feitos com legos.

 

Olha só o famoso O Grito, de Edvard Munch. Está perfeito, parece mesmo o  original!

Está sendo a MELHOR EXPOSIÇÃO que já vi até agora em Londres.

 

Olha só o detalhe da ponta deste lápis!

Esta próxima é uma reprodução de um trabalho do Escher, está exposto em São Paulo. Fui ver na época, são obras que quase sempre dão a sensação de “cobra comendo o próprio rabo”.

As esculturas de lego continuam.

  

Além de um gênio da escultura e do lego, o artista tem bom humor. Ele diz acima que o cello foi feito para inspirar uma criança a gostar de música, mas que não é para ser tocado. Ele avisa: embora pareça um cello de verdade, seu som parece de um lego (it sounds like a lego). Muito inspirado!

Não quero que o post de hoje pareça ter só fotos da exposição. Mas tudo é tão bonito, perfeito e inspirado, que faço questão de colocar mais fotos.

Esta obra, chamada de Building Red é acompanhada de uma frase também muito inspirada: “Todo dia, a vida tira pedaços nossos, e toda noite nos recompomos. Ficamos um pouco mais fortes no processo“.

Olha o detalhe do esmalte. Ao lado desta mão, outra frase inspirada: “Podemos perceber muitos significados em uma mão. Uma mão estendida diz ‘prazer em conhecê-lo’. Uma mão erguida diz ‘afaste-se’. E uma mão em concha para cima significa ‘preciso de sua ajuda’. Algo que todos podemos oferecer um pouco mais, talvez“.

A foto abaixo é a que aparece em Londres inteira divulgando a exposição.

Como publiquei parte deste post ontem e hoje completo o texto, já houve tempo de ver minha amiga Karina Bach comentar a foto no Facebook. “Lindo“, disse ela!

Outra escultura que ilustra maravilhosamente bem a frase ao lado dela: “Como seres humanos, vasculhamos o mundo em busca de oportunidades. Oportunidades de sucesso. Oportunidades de felicidade. Mas com muito menos frequência, encontramos estas oportunidades não no mundo externo, mas dentro de nós mesmos. Esta escultura foi feita com legos reciclados doados para mim“.

Outra frase que faz pensar: “Quando era advogado, eu rapidamente percebi que ficava muito mais confortável sentado no chão criando esculturas do que sentado em uma mesa negociando contratos. Meus medos e conflitos pessoais, aliado a um desejo profundo de completa felicidade, pavimentaram o caminho para eu me tornar um artista em tempo integral.” 

Pensei em meu sobrinho Lucas, que está fazendo faculdade de Direito e ao mesmo tempo é o vocalista de uma banda de rock pesado!

Este dinossauro, fotografado em dois ângulos, merece uma foto mais de perto.

Ou muito perto!

Olha só os retratos, lindos! O primeiro, apenas um rosto.

O segundo é a reprodução mais do que fiel do Andy Warhol.

A mostra já passou por vários países, agora tem uma parte criada especialmente para a Inglaterra e Londres. A cabine telefônica…

 

… e um jogo de cena: Today, com os trabalhadores de agora; e Yesterday, com os Beatles.

A escultura dos Beatles é, na verdade, um show à parte.

Falando em show, este é imperdível 🙂 .

A mostra termina com uma frase de incentivo, “A maioria das pessoas não tem um bloco de mármore em casa, mas espero que hoje elas se sintam suficientemente inspiradas para pegar alguns blocos de Lego e sair da rotina. Natan Sawaya“.

A frase fica ao lado de um quadro brincando com uma propaganda famosa. A brincadeira é feita com legos, claro. A mostra termina com um espaço para as pessoas exercerem sua criatividade e construir alguma coisa.

 

Vocês pensam que havia só crianças brincando com legos neste espaço? Até havia, mas estava cheia de adultos também!

Depois deste banho de criatividade, bom gosto, inteligência e saudação à vida, hora de continuar o passeio na região. Estamos em Shoreditch, um lugar perfeito para falar de criatividade e inteligência. Olha só a fachada de uma loja bem ao lado do local da exposição.

Mais especificamente, estamos na Brick Lane. Alguns especialistas em Londres dizem que aqui é possível comer alguns dos pratos mais saborosos da cidade. Veja que inspirado o local.

 

Escolhi um delicioso prato com costelas de porco, batatas fritas temperadas e salada.

O melhor é que todo mundo aqui está se deliciando com seus pratos e literalmente lambendo os dedos – quase nenhum prato precisa de garfo e faca.

Sento ao lado de uma croata, ela está aqui há uma semana e já vai embora amanhã. É a segunda vez que ela vem a Londres e quer voltar outras. A conversa foi boa, no final ela agradeceu a companhia. Muita gentil da parte dela!

Fim do almoço, mais um passeio pela região.

Estava na hora de ir para outro destino. Mas quero certeza de que não há mais nada interessante para fazer por aqui, então digito na Internet: “Shoredith things to do today“.

Há uma referência a uma obra de arte inaugurada nesta semana, fica em frente a um grande escritório de advocacia. Que ironia, acabei de sair de uma mostra feita por um advogado que cansou da profissão e agora vou para a frente de um dos escritórios de advocacia mais famosos por aqui. Mais uma vez, lembrei do meu sobrinho Lucas.

Algumas pesquisas na Internet e consigo o endereço.

Era só virar a esquina, eu estava ao lado. Viva a Internet.

Diferente o trabalho, até caminhei por dentro da obra. Valeu a visita! Vamos para Camden, mais especificamente Camden Lock Place. Minha prima Adriana falou que é imperdível.

O Citymapper orienta, são duas linhas de ônibus e 44 minutos de trajeto.

Bom para aproveitar o caminho, mais do que interessante!

Saio do ônibus, estou indo para o tal Camden Lock Place e já vou sentindo o clima.

Cheguei!

Camden Lock Place possui aproximadamente 700 lojas e lojinhas, com os mais variados tipos de comida de rua, muito artesanato, moda e roupas. Detalhe, lojas famosas, de grandes cadeias, são proibidas por aqui.

É uma imensidão de lojas, e só estou começando. A última foto acima avisa, tem mais.

Tem um tipo de praça de alimentação ao lado do Regent’s Canal, com barcos que levam os turistas para passear.

Uma área aqui é conhecida Stables, porque antigamente havia até um hospital para cavalos que eram usados na distribuição de produtos na região.

Muitas das lojas e lojinhas estão sob os grandes arcos dos viadutos das linhas de trem.

Tudo muito bonito, incluindo até uma experiência engraçada. Ou talvez preocupante… Alguns vendedores parecem que estão morrendo, tal como acontece em algumas feirinhas no Brasil. Este, por exemplo, faço questão de mostrar.

Uma criança mexeu em um tipo de brinquedo, o vendedor – sem nem ao menos tirar a mão do queixo – disse “este brinquedo não funciona!”. Que má vontade! Falei que a cena poderia ser engraçada ou preocupante porque ao perceber que eu estava fotografando, saiu correndo. Ele não queria ser filmado. Por que será?

Bom, para evitar encrenca, eu continuei fazendo de conta que estava fotografando os produtos. Fotografei uma bolinha aqui, um penduricalho ali, acho que ele pensou que eu estava fotografando só o que tinha na lojinha. E não ele! Doce ilusão! Mas que fiquei preocupado, fiquei!

Vamos continuar o passeio!

As lojas parecem nunca acabar, olha só uma rampa que apareceu com muito mais lojas ainda.

No final da rampa, uma estátua da Amy Winehouse. Ela morava na Camden Square.

Uma loja diferente, com uma experiência única na vida: colocar os pés em um aquário com peixes nadando ao redor. Cada coisa!

O aviso na frente da loja traduz a frase também para os brasileiros.

Claro, há muitos de nós por aqui! O que já ouvi de gente conversando em português nas lojinhas…

–  Viu só, Diana, não encontrei produtos do Brasil no supermercado, mas falam do nosso país o tempo inteiro por aqui!

Para terminar o passeio em Camden Lock Place, vamos entrar em uma das grandes lojas.

E para terminar o dia, um lugar para dançar.

Certamente não vou entrar, estou esgotado depois de um dia inteiro de passeio. Mas meu professor de dança, o Donny, sugeriu que eu mostrasse aqui como dançar samba, por isso as escolas chamam minha atenção.

– Donny, ainda não encontrei um lugar para isso. Encontrei esta danceteria ai abaixo, mas é de música eletrônica e com uma fila enorme.

Nem pensar! Até amanhã!