Wasserturm (Torre d’Água) na Knaackstrasse
O passeio de hoje é em direção a uma ponte, Bösebrücke, ela tem forte relação com a queda do Muro de Berlim. Vou lá ver a ponte e entender um pouco mais desta história.
Saindo da casa em que estou hospedado, uma descoberta: consigo ver daqui a boa e velha Fernsehtturm. Ainda não havia dado conta dessa agradável vista.
Faz sentido, ela tem me acompanhado durante todo o passeio, por que não aqui? E o melhor é que percebo agora que não estou tão longe da Alexanderplatz. Esta história de andar de metrô e trem para tudo quanto é lado me fez perder um pouco noção de distância, nada como olhar para os lados de vez em quando. Agora sei exatamente onde moro em Berlim.
Bom, vamos agora para a Bösebrücke.
Curioso é que o ônibus me trás para a frente do Gesundbrunnen-Center, aquele mesmo em que já estive no dia quando fiz um passeio subterrâneo. Que bom, mais um jeito de entender melhor Berlim, minha noção de espaço melhora a cada dia.
Aproveito para conhecer um pouco mais esta região, agora em outra direção. Olha só que interessante o conjunto de prédios da foto acima.
Claro, por mais longe que eu vá, estou sempre acompanhado da torre…
O Google Maps traça um caminho que passa por baixo desta ponte da foto acima. Assim que chego lá embaixo, olha só o que aparece: o Muro de Berlim.
Ué, mas eu o esperava só perto da outra ponte, aquela que vim ver, Böse Brücke. Será que é o Muro mesmo? Tudo indica que sim, um muro pichado assim, deste tamanho, e perto da Bösebrücke, só pode ser.
Então eu volto a subir na ponte e fotografo lá de cima. É a primeira vez que tenho uma chance de ver o Muro de Berlim do alto e tão perto.
Como a preservação da memória do Muro é essencial, vejo que estão construindo até um pequeno parque ao lado.
Andando um pouco mais, tenho mais certeza ainda que este é mesmo o Muro. Olha o nome da rua em que estou.
Mauerweg significa caminho do muro.
Esta foto mostra ainda outra coisa que já mencionei no blog, é o estilo de muitos prédios. Para dar conta da demanda por moradias na Berlim Oriental, houve uma explosão de construção de prédios populares. Pode ver, este aí da foto acima é bem simples.
Na sequência do caminho, uma emoção: estou o tempo todo andando ao lado do muro.
Até avistar a Bösebrücke.
Esta ponte liga os bairros de Prenzlauer Berg (antiga Berlim Oriental) e Wedding (antiga Berlim Ocidental – e o distrito em que estou morando) e era transitável na época, um ponto de tráfego intenso.
Peço ajuda do TripAdvisor para entender um pouco da história desta ponte.
No TripAdvisor todo o texto é feito por turistas. Um deles, com o título O local em que mudaram o mundo chamou minha atenção. Veja parte do que está escrito lá:
Na noite de 9 de novembro de 1989, pessoas de Berlim Leste se reuniram perto da ponte na Bornholmer Straße. Eles ouviram falar que poderiam ir para o oeste. Em pouco tempo o número já chegava a 200.000 pessoas que queriam ir para o mundo livre. Os guardas não poderiam resistir à pressão e naquela noite os portões da ponte foram abertos. Aqui foi então o primeiro buraco no Muro de Berlim.
De arrepiar esta história, não é? Nem sei se aconteceu exatamente como este usuário do TripAdvisor falou, afinal os textos publicados são de responsabilidade de quem os escreveu. Mas faz total sentido.
Aqui também foram plantadas as cerejeiras.
Vou subir para ver a ponte de cima.
O texto que vi no TripAdvisor começa a fazer mais sentido, olha o nome da praça, Platz des 9. November 1989. Aqui é um mais um memorial do Muro. Há fotos e muitas explicações, incluindo a localização geográfica.
É muito bom estar aqui e comparar a foto histórica e a região agora.
Achei muito interessante esta foto a seguir.
Este texto consegui traduzir sozinho: Vovó, por que você tem os dentes tão grandes?
Bom, vamos olhar o Muro mais uma vez…
… e continuar caminhando.
Estou agora em Prenzlauer Berg, aqui era a antiga Berlim Oriental. Vejo mais um conjunto dos prédios populares que existem aos montes desde a antiga Berlim Oriental.
Chego no Ernst-Thaelmann-Park. Fico em dúvida se entro ou não, ainda bem que procurei informações no TripAdvisor.
Olha só, a praça é uma oportunidade para sentir ao vivo como era viver na Berlim Oriental. Olha a praça, vazia, apenas com uma estátua monumental de Ernst Thaelmann, político ídolo do partido comunista.
Continuo andando em Prenzlauer Berg.
Antes de vir para cá, pesquisei um pouco a região na internet. Um texto dizia que o melhor hambúrguer de Berlim está aqui, MarienBurger Imbiss. Já estou com fome, passa da 1 hora da tarde, tenho mais é que ir lá.
Com a ajuda do Google Maps, consigo chegar facilmente. Mais, dá até para ver pelo celular o menu. Não canso de admirar a tecnologia.
O lugar é bem charmoso, toca música americana o tempo todo, é muito apertado e o hambúrguer …
… estava delicioso!
Lembra que ontem postei duas fotos minhas em uma bicicleta? Pois então, quem tirou aquelas fotos foi um simpático casal alemão que estava acabando de sair de uma exposição de fotos sobre … São Paulo. É muita coincidência! Preciso ver.
Como estas exposições terminam cedo, vou interromper meu passeio em Prenzlaeur Berg, volto depois – se der tempo.
Parte do caminho será no tram, uma espécie de bonde que está por tudo quanto é canto em Berlim. É bom, mais uma oportunidade de ver as ruas. No caminho para o ponto, uma foto da rua em que fica o MarienBurger Imbiss, MarienBurger Strasse.
Até o ponto do bonde estimula fotos.
O local da exposição fica próximo ao Tiergarten e ao Landwehrkanal, só a vista já vale o deslocamento até aqui.
O Google Maps traça um caminho meio estranho, cheio de voltas. É que preciso subir em uma ponte, depois descer e aí chegar na rua da exposição.
Cheguei no endereço, ninguém sabe do que se trata. Nunca ouviram falar! Bom, o que eu posso fazer, vou voltar à Prenzlauer Berg.
Enquanto escrevo este blog, faço uma pesquisa para descobrir o problema. O alemão falou o endereço errado, Hiroshimastraße 10, e na verdade era Hanseatenweg 10, local em que está a Academy of Arts. E nem dá para dizer que entendi o nome errado, porque eu anotei em meu celular e mostrei para ele conferir.
Também não conseguirei mais ver a exposição, porque na verdade foi um workshop. Aconteceu ontem, já acabou!
Para fazer o caminho de volta, preciso pegar primeiro um metrô e depois o bonde. Como tudo é oportunidade, fotografo uma galeria subterrânea em que saio do metrô para pegar o ônibus.
Sempre dá para fotografar em Berlim :-). Fotografo também um show de rua em plena Alexanderplatz, onde pego o bonde.
A Alexanderplatz é um dos locais preferidos dos artistas independentes, há muito turista.
De volta à Prenzlauer Berg, já gosto de um antigo casarão que virou local de atividades artísticas.
Aqui convivem no mesmo espaço construções bem antigas e bem novas. Estou por exemplo em uma espécie de vila, do meu lado esquerdo uma construção tradicional…
… e apenas virando para a direita uma nova.
Encontro um hospital, é de arrasar a arquitetura.
E assim vou andando, fotografando…
… até encontrar um prédio antigo que me chama mais a atenção do que os outros.
Deve ser especial, porque na entrada há até uma descrição, Geschichte des Hauses 3, História da Casa 3.
Estou lendo, mas confesso que entendo só um pouco. Vou andar, ver se entendo melhor.
Nossa, que maravilha. Que lugar é este?
Vou entrar.
Ah, estou começando a entender. É algo ligado à administração pública do distrito de Pankow, onde fica o bairro de Prenzlauer Berg.
Vou abrir a porta e ver o interior do prédio.
Realmente é um órgão de administração pública, há bastante gente aqui esperando ser atendida. Os serviços são vários, incluindo atendimento a estrangeiros e refugiados. O nome é Bezirksamt Pankow. Bezirksamt pode ser traduzido livremente por escritório de distrito.
O interior do imóvel não justifica fotos, é bem simples, salas características de órgãos públicos. O único destaque foi para a janela da foto acima. Melhor ver lá fora novamente.
Ainda não descobri o que era este conjunto de prédios antigamente, mas pelo menos consigo saber o que há em cada um deles agora.
Vamos retomar a caminhada no bairro.
Prédios diferentes, planetário…
Hoje é o dia de me situar em Berlim, vejo que já passei por aqui antes. Estive no KulturBrauerei, aquela antiga cervejaria que virou um centro de eventos. Foi logo nos primeiros dias do passeio, quando ainda não entendia praticamente nada de Berlim.
Estou chegando ao ponto mais comercial e movimentado de Prenzlauer Berg, com muitos restaurantes e bares. E as bicicletas do sistema público da cidade.
Esta última foto mostra a intersecção de três ruas importantes – Schönhauser Allee, Danziger Straße e Eberswalder Straße. Conhecida por Ecke Schönhauser, é um dos centros vivos do bairro.
Algumas quadras daqui vejo no mapa que encontrarei a Torre de Água, um dos pontos turísticos do bairro. Fica na Knaackstrasse, vamos lá.
Inicialmente construída para gerir o abastecimento de água neste bairro, foi usada pelos nazistas como prisão para presos político. Hoje é um monumento protegido, é a foto que mais aparece em quase todos os sites e blogs que falam sobre Prenzlauer Berg.
Em frente à torre há uma espécie de mirante com torres menores e uma torre mais fina. Tudo devia fazer parte do complexo de abastecimento do bairro.
E mais uma vista da torre principal, daqui de cima onde estou.
Para terminar, um toque Brasil. Este é o restaurante Na Brasa, que não aguentou a vida em Berlim e fechou as portas.
Por uma grande coincidência, recebo uma ligação com vídeo via Messenger de meu pai justamente neste momento. Já que não fiz selfie hoje, fica aí o quadradinho menor com minha modesta imagem durante a conversa.
E para encerrar, o bar BR 101, também brasileiro, forte e firme na cidade.
Só estava vazio porque ainda é cedo. E porque estava vazio, achei meio chato entrar e pedir alguma coisa. Vou embora descansar, é melhor. Até amanhã.
Interessante seu passeio de hoje.
Claro que o muro é a parte preferida…Berlim oriental parece triste…
As construções sempre fantásticas, uma simple torre de água é maravilhosa!
Que bom que está esquentando!
Bom passeio mais quentinho!
Bjssss
Eu também imaginava Berlim Oriental triste, mas felizmente o Muro é cada vez mais passado. Berlim Oriental e Berlim Ocidental trabalham juntas para eliminar os horrores da guerra, que felizmente vai ficando cada vez mais para trás.
Fico observando as ruas de Berlim, parece que as pessoas se escondem, quase sempre vazias ou com pouca gente. Isso é real?
Bem, não é exatamente assim. Para que a foto mostre a beleza do lugar, procuro um momento em que tem poucas pessoas ou até mesmo ninguém. Vou procurar mostrar também as “muvucas” (rs).