Maio, 05 (20/28) – Schloss Charlottenburg, Schloss Schönhausen, Volkspark Schönholzer Heide

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Schloss Charlottenburg – Vista lateral

O programa hoje inclui visita a um palácio. E, melhor ainda, aos jardins deste palácio. Vou ao Schloss Charlottenburg, um belo palácio que fica dentro da cidade de Berlim. Dever ser o máximo, diferente de tudo que fiz até agora.

E o diferente já começa na saída de casa. Pesquisei o caminho no Google Maps, encontrei a opção tradicional de metrô. Optei então pelo Citymapper, que além das opções mais rápidas – aquelas sugeridas pelo Google Maps – permite escolher também um caminho só com ônibus. Tenho tempo, estou passeando, prefiro evitar viagens embaixo da terra (rs).

O ponto de ônibus fica em um lugar que ainda não conheço, são apenas cinco quadras de onde fica minha casa. Eu nem sabia, mas há um parque por aqui, Max-Josef-Metzger-Platz.

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Simples, sem fontes ou lagos, mas uma bela área verde. Feliz de quem mora na região.

Um pouco mais à frente, um belo de um prédio (ou uma casa?), merece uma foto.

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Para melhorar, na sequência, justamente no ponto de ônibus para onde estou indo, uma pequena praça. Bem cuidada!

Desço na Mierendorffplatz, a três quadras do palácio. Que lugar bonito!

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Bonito lá e aqui também no caminho até o palácio.

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Acabei de passar pelo Rio Spree, o palácio fica em sua margem. Estou perto!

Cheguei!

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Esta nem é a frente do palácio, é uma das asas – achei estranho, mas parece que asa é mesmo o nome usado para definir estas alas do palácio.

É por aqui que começarei a visita. Estou inspirado, compro o ingresso mais caro, o que dá direito a ver não só o palácio, mas também o mausoléu, o belvedere e o pavilhão novo. Eu ainda não sei exatamente o que são estes outros prédios, mas quero conhecer tudo.

Tem muita gente querendo conhecer também, olha a movimento.

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Ah, detalhe, tudo indica que as fotos só são permitidas se você adquirir o direito de fotografar. Achei um absurdo, é muita exploração, mas estou inspirado e comprei também. Foram 15 euros no total.

Depois de deixar mochila e casaco na cloakroom – em nenhum lugar que visitei é possível entrar com mochila – entro no palácio. Enfim!

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É a sala de eventos.

Dá para imaginar que o palácio foi construído como uma casa de veraneio para Sophie Charlotte, a esposa do príncipe-eleitor da Prússia Friedrich III? Inicialmente ele até era menor, mas em 1701 Friedrich tornou-se rei Friedrich I da Prússia, o que fez de Sophie Charlotte uma rainha. A casa de veraneio? Foi transformada em um palácio mais a altura do casal real. Chique, não?

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Nossa, só esta sala já vale a visita. Que lugar bonito!

Mal sabia eu que a próxima sala seria ainda melhor.

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Esta é a Sala Dourada. O nome justifica!

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Um lugar com tanto ouro assim merece uma selfie.

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O fone de ouvido é de um guia que recebemos na entrada.

Uma última foto antes de sair da sala, agora na outra ponta, olhando para a entrada.

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As demais salas agora estão sendo bonitas também, mas as duas primeiras foram o principal destaque. Daqui para frente estou com a sensação de estar em um museu, o que não deixa de ser bom.

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Pronto, vou encerrar a visita.

O lugar que entrei, vejo nesta ilustração ao lado do prédio, chama-se Neuer FlügelNova Asa. Ainda nem é o palácio principal, Altes Schloss.

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Como quero ver tudo, antes do palácio principal entro Neuer Pavillon, um prédio pequeno aqui bem ao lado.

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Não quero ser chato, mas nada que desperta meu interesse. Apenas algumas salas com peças históricas. Só a escada de acesso ao primeiro andar chamou minha atenção.

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Minto, este quadro abaixo teve especial significado.

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Logo no início da visita à Berlim estive no Monbijoupark. Ao lado um grande prédio estava sendo reformado, comentei no post daquele dia que estava curioso, o que teria sido ali.

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Na descrição do quadro, há uma referência ao Schloss Monbijou, será que aquele prédio teria sido este castelo? Procuro na Wikipedia agora enquanto escrevo o post, parece que pode ter sido, mas não consegui chegar a uma conclusão. De qualquer forma, valeu por despertar meu interesse no quadro.

Já estou do lado de fora, vendo a Neuer Flügel, a ala que visitei há pouco.

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Vamos agora ao palácio principal, Altes Schloss. No caminho, uma foto rápida dos jardins do palácio.

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Nossa, deve valer uma visita detalhada. Depois da visita ao palácio, virei aqui com calma.

Vou contornando o palácio até chegar na frente. Ainda não estou no centro, esta é apenas uma das asas.

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Nada como a primavera, as tulipas estão em toda parte (rs).

Uau, estou finalmente na frente do palácio.

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Mesmo em reforma, a foto ainda assim consegue mostrar a imponência do Schloss Charlottenburg.

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Vou fotografar o lado que está à minha direita, não há vestígios de reforma ali.

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Esta estátua está bem na frente do palácio.

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De quem será?

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Ah, é de um Frederico. Há tantos que até me perco, desculpem minha ignorância histórica. Prefiro focar minha atenção nos detalhes deste monumento, que é mesmo extremamente bonito.

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Vamos entrar!

Pronto, que decepção! Pois é, sabe a primeira foto de frente que fiz do palácio, aquela que havia uma estrutura de reforma na frente? Então, o palácio está em processo de revitalização, o palácio está FECHADO! Que revolta!

Tudo bem, acho muito bom revitalizar um lugar como este, mas eu preferia ter sido avisado ao comprar o ingresso. Talvez eu pensasse duas vezes se valeria a pena visitar as partes menos significativas. Estou revoltado!

Sem muita alternativa, vou visitar os jardins. Tomara que este sentimento de raiva passe logo!

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Nada como uma caminhada e um belo jardim para acalmar. Deu certo!

O ingresso que comprei dá direito a visitar também o Mausoléu, estou indo para lá!

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É um espaço pequeno, tanto que as visitas são controladas. Só uma quantidade certa de pessoas podem ficar lá dentro. Espero chegar minha vez … e entro!

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É estranho entrar em um mausoléu, assim como é entrar em uma cripta ou em um cemitério.

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O mausoléu foi construído em 1810 para a Rainha Luise, a primeira esposa de Frederico Guilherme III, falecida naquele ano. Estão também o imperador Wilhelm I e outros túmulos.

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Falta agora visitar o Belvedere, uma construção menor com funções de casa de chá. Não é exatamente perto ou fácil chegar lá, o espaço é muito grande, por isso peço ajuda do Google Maps. Dá para acreditar, estou usando um GPS para saber andar nos jardins do palácio… O bom desta caminhada é ter a chance de ver o local com mais calma.

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Cheguei ao Belvedere.

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É uma construção menor em estilo rococó. Escrevi rococó aqui porque li este termo, mas confesso não saber do que se trata. Fui à Wikipedia descobrir:

O termo rococó forma da palavra francesa rocaille, que significa “concha”, associado a certas fórmulas decorativas e ornamentais como por exemplo a técnica de incrustação de conchas e pedaços de vidro, usados na decoração de grutas artificiais. Foi muitas vezes alvo de apreciações estéticas pejorativas. Foi um movimento estético que floresceu na Europa entre o início e o fim do século XVIII, migrando para a América e sobrevivendo em algumas regiões até meados do século XIX.

Ah, agora entendi…

Bom, o Belvedere em si é mais um museu, há uma exposição de porcelanas, acabei não fotografando. Só olhei rapidamente o local e saí para a próxima visita do dia, mais um … palácio.

Pois é, já que fiquei frustrado por não entrar no Schloss Charlottenburg, vou aproveitar meu ingresso – que dá direito a visitar todos os palácios de Berlim administrados por uma fundação de palácios prussianos, e vou agora ao Schloss Schönhausen.

O problema é que não é exatamente perto, fica mais na região norte da cidade. Mas nada que um trem e um bonde não resolvam. Vamos lá, sempre aproveitando a paisagem.

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Estou esperando o tram neste momento, procuro um ponto e não encontro. Olha só o motivo, o tram para do outro lado da rua, as pessoas atravessam no meio dos carros – em geral, felizmente eles esperam – e sobem. Que coisa, não?

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Berlim é conhecida por suas street artsartes de rua, talvez eu ainda faça um passeio por aquelas mais famosas. Por enquanto, fotografo as que vou encontrando.

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Como eu gosto de andar livremente, é nestas horas que encontro a verdadeira cidade.

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Já estou chegando ao Schloss Schönhausen, bem ao lado da calçada uma estátua.

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Fiquei curioso, quem será?

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Forçando um pouco a vista, parece estar escrito Carl Vossieteky. Não sei quem é, procurei na internet, não descobri. O nome parece russo, o que faz total sentido, há muita referência russa aqui no bairro.

Publiquei este post, meu grande amigo Hildebrando Rodrigues Mota leu e me ajudou a decifrar o mistério. Repito as palavras dele:

Meister Fernando! Estou devorando seu blog. As fotos são fantásticas e comentários idem. Em seu passeio pelos jardins, durante a caminhada ao Schloss Schönhausen, vi que se deparou com uma estátua. É um memorial a Carl von Ossietzky. Você não encontrou na internet porque interpretou Vossietzki. Ele não é russo, é berlinense. Ou era. Ele foi um pacifista que “peitou” o regime nazista em sua ascensão. Era editor de um semanário chamado Weltbühne. No ano de 1927, em uma série de reportagens, desmascarou o rearmamento alemão patrocinado pelos nazistas. A Alemanha estava proibida de construir armas ofensivas e ter um exército. Isto despertou a ira do regime. Considerando que não era muito saudável se colocar contra os nazistas na época, ele foi preso e enviado para o campo de concentração de Esterwegen-Papenburg. Cumpriu 3 anos lá. Ficou de 1933 a 1936. Em 1935 ganhou o prêmio Nobel da Paz. Com este prêmio, a comunidade internacional deixou bem claro que reprovava o regime nazista. Isto, apesar de uma grande parcela da população americana e francesa (até brasileira) ser simpatizante ao regime. Você acha que o adorável Hitler ficou intimidado com esta reprovação da comunidade internacional? De jeito nenhum. Ele simplesmente proibiu qualquer alemão de receber o prêmio, caso fosse escolhido. Ossietzky, ao lado de Oskar Schindler e do coronel Stauffenberg, é um dos heróis alemães deste período difícil, que muitos aí querem esquecer.

Sensacional a explicação do Rodrigues.

Vamos andando…

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Bem nos portões de entrada dos jardins do palácio, há uma sala com fotos. É bom para antecipar. Veja como a entrada era controlada antigamente.

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Esta acima era a entrada para a área externa e não do palácio propriamente dito. Hoje entrar é fácil, é só … entrar (rs).

Mais uma foto que está nesta sala, muito boa para conhecer o palácio do alto.

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Chega de fotos em uma sala, quero ver eu mesmo o palácio com meus próprios olhos.

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Que beleza! Merece mais uma selfie!

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Pela primeira vez estou com um leve colete, o frio passou. Estou muito contente com isso!

Ah, bem no início deste post, contei que comprei o direito de fotografar dentro dos palácios. Achei um absurdo, mas comprei. Algumas pessoas também compraram, mas a maioria não. Pior é que todos fotografam tudo, sem o direito ou com o direito – quem comprou tem uma fita amarrada no pulso.

Pois é, entrei agora no Schloss Schönhausen, comecei a fotografar e uma funcionária veio direto: Nein! Tentei argumentar, mas ela foi bem assertiva: neste palácio fotos são proibidas, o senhor pode fotografar apenas a escada de acesso.

Bom, então…

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Que coisa!

Bom, aqui é mais um museu, eu nem iria fotografar mesmo. São apenas salas com fotos históricas. Gostei muito de uma destas fotos, fotografei rapidinho (rs).

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É uma representação do Muro de Berlim, o mapa indica tudo que pertencia à Berlim Oriental. Fiquei um tempão olhando, muitos lugares que já visitei estão no lado oriental e eu não havia me dado conta disso.

Este palácio já foi local de recepção de autoridades estrangeiras, há uma faixa aqui mostrando todas as visitas. Inclui Fidel CastroGandhi Gorbatchovi.

Como nem todo o palácio está aberto à visitação, e como as salas disponíveis mostram apenas fotos, já estou encerrando a visita.

Aqui fora, duas placas que ajudam muito. Uma com a localização do Schloss Schönhausen na cidade, bem ao norte…

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…e a outra mostrando o palácio e seus jardins.

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É nos jardins que vou agora!

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Aqui do fundo dos jardins, uma foto da parte de trás do palácio.

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Na saída do jardim, seria capaz de jurar que havia uma tartaruga no chão. Era só uma estátua pequena.

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Antes de ir embora, procuro no TripAdvisor algum outro ponto interessante na região. Há sim, é um memorial soviético que merece a visita, segundo quem já esteve lá. Não é muito perto, uma caminhada de meia-hora, o que é sempre uma oportunidade de conhecer um pouco mais de Berlim.

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No jardim, estas moças – estátuas – parecem conversar animadamente.

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Não sei se deu para perceber na imagem anterior, mas ele estava lá. Ele quem? O cadeado dos enamorados.

Vou chegar mais perto.

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Este casal aperfeiçoou a tradição do cadeado, tem até foto!

As casas nestas região são de um nível bem alto e algumas bem diferentes.

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Na esquina seguinte o jardim da casa em umas placas transparentes com fotos e textos, o que será?

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Há uma placa explicativa dizendo que em novembro de 2011 o artista polonês Lukasz Surowiec trouxe para Berlim 320 birches – procurei a tradução desta palavra, achei bétula, não tenho certeza e deixei o original em inglês que está na placa – do antigo campo de concentração Auschwitz-Birkenau, é sua forma de lidar contra o esquecimento. As árvores foram espalhadas por toda a cidade. Bom, lendo este texto, acredito que algumas destas árvores estão aqui, junto com retratos das vítimas do campo de concentração. O povo alemão aceita muito bem ações ligadas à história, gosta de lembrar os erros para não repeti-los.

Vamos ver mais uma destas placas.

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A rua continua interessante.

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Provavelmente é difícil ver, mas nesta última fota a porta da casa estava aberta. Pois é, aqui está parecendo cidade do interior do Brasil nos tempos em que não havia violência.

Continuo andando conforme orientação do Google Maps, mas confesso que alguns caminhos são meio estranhos. Estou agora em uma trilha no meio de árvores, só não fico tão preocupado porque há um senhor andando bem lá na frente. Parece que aqui é comum andar em trilhas nos parques.

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O parque fica mais aberto agora, dá para ver as pessoas aproveitando a tarde ensolarada de quinta-feira. Nesta próxima foto parece que um grupo faz até um churrasco.

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Ah, não falei até agora, mas este é o Volkspark Schönholzer Heide. É aqui que está o Sowjetisches EhrenmalMemorial Soviético, há mais outros dois em Berlim, no Treptow Park e no Tiergarten. É por ele que andei uns 40 minutos até agora, tudo porque o TripAdvisor recomendou a visita.

Cheguei.

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Estamos em um lugar sério, de homenagens póstumas a soldados soviéticos, mas vou me permitir uma observação. Algumas fotos a seguir, como por exemplo a próxima, parece aproveitar a luz do sol para criar uma aura diferente, os raios solares parecem aquecer os monumentos.

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Talvez eu esteja exagerando nas fotos, afinal é apenas um memorial. Mas o local é muito diferente, a sensação é mesmo de homenagem e respeito. Além disso, é muito bem cuidado e bonito. Justifica!

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Termino o passeio aqui, minha ideia agora é ver uma Street Food Thursday. Só que pesquiso no Google Maps o caminho e vejo preciso pegar um ônibus, um metrô e novamente um ônibus. Serão 52 minutos de viagem!

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Acho melhor ir embora, já andei muito por hoje. Ainda tenho mais uma quinta-feira em Berlim, vou deixar para a próxima

Não fui à feira de rua, então chego na estação Leopoldplatz, a que fica perto da casa em que estou, e peço uma comida que todo dia fica me olhando quando termino os passeios.

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Nem preciso dizer que devorei o prato, tamanha a fome. Até amanhã!

Mapa dos pontos visitados hoje
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Mapa dos pontos visitados na viagem inteira MapaMaio05Maior

2 pensou em “Maio, 05 (20/28) – Schloss Charlottenburg, Schloss Schönhausen, Volkspark Schönholzer Heide

  1. Interessante seu passeio, palácio e ar puro… Você vai chegar um palitinho de tanto andar….rsrsrsrs….
    O palácio é muito lindo mesmo e os jardins…uau!!!
    Vamos para o próximo passeio.
    Bjssss

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