Casa de Allende

Hoje termina meu passeio em Madrid, amanhã vou para Barcelona. Como é o último dia, vou ver algumas coisas que ficaram pendentes, uma delas a vista ao Museo Nacional del Prado.

Quero ir à tarde por conta de outra visita que tem horário, conto já o que é. Mas fiquei traumatizado com a fila que peguei outro dia no Museo Reina Sofía, então vou agora na bilheteria do Museo del Prado e já comprar uma entrada para hoje. De manhã normalmente as filas são menores.

Comprei, até que foi tranquilo. Aproveito para antecipar uma foto do museu.

Iglesia San Jerónimo el Real

Andar  por Madrid é uma boa surpresa atrás da outra. Há uma igreja aqui ao lado, vou chegar perto para ver.

Antes de chegar na porta, consulto no TripAdvisor o nome, é San Jerónimo el Real.

Parece que vou gostar  do interior…

… então é melhor entrar.

Parece simples perto das outras que conheci. Vou mais para frente.

Aqui sim vejo um trabalho mais elaborado. Merece uma foto mais próxima.

Cuesta de Moyano

Há uma rua aqui ao lado, Claudio de Moyano, especializada em livros. Conhecida popularmente como Cuesta de Moyano, fica também próxima ao Jardín Botánico e o parque El Retiro. É um dos pontos que marquei como pendente, vamos resolver isso agora.

Olha que legal, nem são lojas ditas normais, mas bancas na rua mesmo.

Curioso, até há turistas aqui que vieram conhecer a rua, mas o movimento maior parece ser o de madrilenhos que apreciam uma boa leitura.

Agora estou pronto para  ir ao próximo ponto de  hoje.

Relevo solene

Todo mundo fala da troca da guarda de Londres, é algo que todo turista lá quer ver. Pois bem, em Madrid também há uma troca da guarda. Na verdade há duas, uma pomposa que acontece na primeira quarta-feira do mês e uma mais simples nas outras quartas-feiras.

Hoje é 4a. feira, a primeira do mês. Que sorte, a cerimônia começa às 12h, são 11h30, vou para lá.

No caminho, passo pela sede do Ministerio de Agricultura y Pesca, Alimentación y Medio Ambiente, uma beleza. Fica ao lado da estação Atocha. Enquanto espero o farol abrir, dá tempo de umas fotos.

No caminho, uma manifestação.

Eu até ficaria um pouco mais aqui para entender o motivo do protesto, mas o evento solene já vai começar, preciso ir embora. Pelo menos anotei o site da Unión General de Trabajadores, www.ugt.es, para ver mais informações em outro momento.

Quando passo ao lado do Palacio Real, vejo um ajuntamento de turistas e guardas fardados em cavalos. Ué, que estranho, parece até o evento que eu queria ver, mas seria um pouco mais para frente. Há um posto de informações aqui, vou perguntar.

Que frustrante, o Relevo Solene foi adiado excepcionalmente para o próximo sábado. E eu já estarei em Barcelona neste sábado. Puxa, que decepção. Bem, mas para consolo, vai começar a cerimônia menos pomposa, vou ver.

Os cavalos pretos que vão fazer a guarda chegam bem lá distantes…

… os brancos que serão substituídos aguardam ao som de uma banda …

… os brancos saem …

… e os pretos ficam!

Oficialmente o evento mantém uma tradição que acontecia diariamente no século XIX quando a guarda servia aos reis Alfonso II e Alfonso III. Particularmente acho que a finalidade hoje também está fortemente ligada à atração de turistas. E funciona, veja.

Acabou a cerimônia simples, o negócio então é voltar ao Museo del Prado. Como nenhum descolocamento em Madrid é desperdiçado, sempre há o que ver, aproveito para fotografar a região.

Prédios imensos e ruas largas.

Ah, só agora me dei conta, estou chegando ao Congreso de los Diputados. Passei aqui outro dia, mas agora o ângulo é outro. Vale fotos!

Na frente do Congreso a Plaza de las Cortes …

… e uma estátua de Miguel de Cervantes.

Dá vontade de sempre ficar um pouco mais em cada lugar, minha viagem precisar ter alguns meses a mais para um passeio mais completo. Só 15 dias é pouco (rs). Por exemplo, olha que bonita esta loja que vende produtos de Toledo.

Momento para filosofar. Já falei isso em outras ocasiões, temos a falsa sensação de que o povo europeu é mais educado e que a pobreza por aqui é menor. Veja a foto.

Lixo jogado na calçada, mendigo deitado rente ao muro e – por ironia – bem próximo a um monumento famoso, a Fuente de Neptuno, que aparece no fundo da foto. Então, aqui não é exatamente o paraíso que os brasileiros costumam falar. Fico indignado quando ouço “ah, na Europa não seria assim”! Pelo que estou vendo, aqui o povo também não é exatamente educado.

Chega de pensar alto, estou em frente ao Museo del Prado.

Museu Nacional del Prado

Há uma estátua em homenagem a Goya bem em frente …

… e artistas amadores. Este eu achei muito criativo.

Até deixei uma caixinha, afinal eu o fotografei, nada mais do que justo. E o cachorro agradeceu, “thank you, nice guy”!

Entrei no museu e – como de costume – fotos são proibidas. Que remédio, vou aproveitar a exposição.

Pronto, gostei demais. Vou fazer algo então, eu anotei o nome de algumas obras que chamaram muito minha atenção. Agora enquanto escrevo o post, entro no site do museu e revejo as imagens. Foram principalmente cinco.

Esta é Paisaje con san Jerónimo, de Joachin Patinir. Fiquei encantado com a noção de perspectiva do quadro, fiquei um bom tempo vendo. E depois voltei mais um pouco!

Dos viejos comiendo, de  Goya. Nem preciso comentar, o quadro fala por si só. Completo apenas dizendo que este é uma das 14 pinturas que ficaram conhecidas como Pinturas Negras de Goya.

Perro semihundido, também de Goya, também da coleção Pinturas Negras. A expressão do cachorro semi-submerso cala fundo na alma.

El lavatorio, de Jacopo Tintoretto. Esta eu tive a sorte de acompanhar a explicação de alguém que parecia uma administradora do museu. Ela pediu que um casal se posicionasse à esquerda do quadro e olhasse a mesa. Depois pediu para eles irem andando bem devagar para a direita, olhando a mesa.

Eu, na maior cara dura, acompanhei o casal. Incrível, a mesa anda junto. Experimente fazer o teste aqui na tela mesmo, chegue sua cabeça para a esquerda e leve-a pouco a pouco para a direita. A mesa acompanha! Que sensacional!

Este é o último quadro que quero apresentar, Adoración de los Pastores, El Greco.Também a imagem fala por si só, acrescento apenas que a cena de Maria e seu filho recém-nascido acontece em uma espécie de caverna. O quadro é lindo!

Foi uma excelente visita, valeu meu dia. Para registrar a satisfação, uma foto da frente do museu…

… e minha foto em frente ao museu.

Real Jardín Botánico

Já que estamos de selfie, nada melhor do que outra bem em frente ao próximo ponto a ser visitado.

Pelo jeito, vou gostar bastante. É tudo muito bem cuidado, organizado e identificado.

A arrumação e disposição de plantas, flores e árvores é caprichada.

Todos aproveitam. Todos mesmo!

Seria fácil me perder aqui, felizmente recebemos um mapa que me mostra o jardim dividido em três terrazas: Terraza de Los Cuadros, Terraza de las Escuelas Botánicas e Terraza del Plano de la Flor. Em cada uma delas há um trabalhos, estudos e pesquisas específicas.

Estou na Terraza de Los Cuadros e vejo algo que me fala no fundo da alma.

Olha o nome, Cecile, quase o nome de minha mulher Cecília. Fico com saudade e envio a foto para ela via WhatsApp.

A beleza do lugar continua.

Separando esta terraza da próxima, há um corredor de estátuas.

Aqui o estudo está mais relacionado às árvores, olha só a primeira que encontrei.

Trithrinax Brasiliensis, nossa popular palmeira.

Olhando de volta para a primeira terraza, uma estátua (rs) curiosa.

Se com estátuas de verdade, eu sempre me aproximo para fotos melhores, por que nesta não? Seria injusto com o coitado do espantalho.

Há um local de exposições aqui no Jardín Botánico, é o Pabellon Villanueva. Está acontecendo uma exposição, Raíces del Expresionismo Experimental, com obras de  Ramón Juan. Vou entrar.

Diferente. É um quadro em relevo, encosto bem na parede para uma foto de lado.

Repito, diferente. Até vou ver os dados da obra.

Não vou dizer que estou gostando do que vejo, estou é curioso.

Ah, mas esta aqui está com uma expressão digna de uma exposição de expressionismo.

Chega de exposição, melhor voltar à natureza viva.

Olha só que monumento mais terno.

Agora estou com o espírito até mais preparado para a próxima parte, um jardim de bonsais.

Nossa, há muito mais, há agora outra parte com muito mais.

Vejo na sequência estufas para estudo de plantas e árvores que não se adaptariam ao clima de Madrid, por isso o clima original é reproduzido aqui.

Que legal, olha só, plantas carnívoras. Nunca havia visto uma de perto.

As bocas estão abetas à espera de desavisados insetos.

Terminei a visita, vamos continuar agora passeando por Madrid.

Carillón Edificio Plus Ultra

Por essa eu não esperava. Procurando pontos interessantes aqui perto, o TripAdvisor indica um relógio no Edificio Plus Ultra. Segundo o aplicativo, o prédio por si só já justificaria a visita, o relógio então justifica muito mais.

Melhor, o TripAdvisor indica as horas específicas que o carrilhão funciona, uma delas é 18h, faltam 10 minutos. Vou correndo para lá.

  

Que bonito é o som, os bonequinhos ficam dançando e cantando enquanto isso.

Plaza de las Canalejas

Mais uma surpresa. O TripAdvisor recomenda esta praça por conta de seus prédios históricos. Um deles é a Casa de Allende.

A construção aconteceu entre 1916 e 1920. Tenho que fotografar mais um pouco, o edifício merece!

Pelas pesquisas que fiz, a Casa de Allende fica conjugada com outro edifício igualmente famoso, Edifício Meneses. Na foto que postei, Casa de Allende é a torre mais pontiaguda e Edifício Meneses a mais arredonda.

Além destes dois, a Plaza de las Canalejas também tem outros prédios que em minha opinião merecem todo o destaque.

Merece ou não merece?

Para terminar o post de hoje, um comentário sobre problemas em Madrid. Veja a foto abaixo, há algumas placas de hostel.

O problema é que o turismo está tomando conta das regiões mais centrais, obrigando os moradores a procurarem imóveis mais baratos em regiões mais distantes. O sentimento do madrilenho então é ao mesmo tempo de apoio ao turismo por conta da renda e movimento gerados, mas contra dada à piora das condições de moradia. Um dilema e tanto.

Até o próximo!