Ontem eu estava seguindo um roteiro do Passaporte BCN chamado Parc de Montjuïc, mas no final houve mais pontos a visitar do que horas no dia. Resultado, não fiz parte do roteiro, por isso hoje vou voltar lá.
Plaça Espanya
Para minimizar o deslocamento, vou começar de trás para frente, assim o início é mais perto da casa em que estou. Assim, já pego um ônibus para a Plaça Espanya, são apenas 28 minutos segundo o Citymapper.
Estou evitando ao máximo andar de metrô, de ônibus é extremamente melhor para ver ou rever Barcelona. Neste momento passo ao lado do Arco do Triunfo.
Opa, acabei de ver uma bandeira do Brasil em um restaurante. De imediato eu capturo uma tela no Google Maps para marcar a região, assim posso voltar em algum momento.
Cheguei na Plaça Espanya, ao mesmo tempo bonita e enorme! O que mais salta aos olhos são as Torres Venecianes.
Construídas para a Exposição Internacional de 1929, estas torres gêmeas são popularmente conhecidas como Torres Venecianes por sua semelhança com o campanário de São Marcos em Veneza.
No centro da praça há a Font Monumental.
Também construída para a Exposição Internacional de 1929, foi projetada pelo arquiteto modernista catalão Josep Maria Jujol (1879-1949) junto com outros grandes artistas da época. Adivinha com quem o Josep trabalhava? Pois é, Gaudí.
O Passaporte BCN dá mais detalhes. O monumento é uma alegoria aos rios e mares da Espanha, representados pelo Ebro, Guadalquivir e Tejo e pelo Mediterrâneo, Atlântico e Cantábrico. No alto do conjunto há uma pira com uma chama ardendo. A fonte foi construída com materiais nobres, como o mármore, o ferro e o bronze.
Outra coisa que chama a atenção – demais – é o Centro Comercial Arenas de Barcelona.
Feita no ponto em que os distritos Eixample e Sants-Montjuïc se encontram, o local originalmente era uma praça de touros. As touradas foram proibidas na Catalunha e o local ficou abandonado por muito tempo. Reformulado e entregue em 2011, hoje é um grande centro comercial.
O destaque fica por conta do terraço, de acesso público. É só chegar e apreciar uma vista incrível de Barcelona.
É possível subir ao terraço usando as escadas rolantes do shopping ou pagar para usar o elevador lateral.
Cafès del Brasil
Estou com muita vontade de subir, mas estou cismado com o restaurante brasileiro. Preciso conhecê-lo. Para ser mais rápido, pego o metrô e volto lá!
Que legal, o nome é Cafès del Brasil, o verde e amarelo prevalece na fachada. E ainda há uma bandeira bem visível.
Vou entrar.
As opções na parede não lembram muito o Brasil, mas a prateleira tem vários produtos nossos. Gostei!
Ah, claro, pedi um café, tinha que experimentar!
Não sou o maior especialista em cafés, mas achei o gosto muito bom. Valeu ter vindo, vou voltar à Plaça Espanya.
Casa Golferichs
Agora volto andando, quero aproveitar e conhecer um pouco mais a região. E criatividade é o que não falta por aqui.
E prédios bonitos também!
Olha o charme da sacada!
Para não ficar apenas andando aleatoriamente, peço indicações do Trip Advisor na região. Encontro a Casa Golferichs.
Que casa linda! E estava a poucos metros de distância!
A Casa Golferichs é uma casa modernista construída em 1901 com projeto do arquiteto Joan Rubiò i Bellver a pedido de um grande comerciante. Premiada como melhor casa neste mesmo ano, fica na Gran Via de les Corts Catalanes, 491, e é popularmente conhecida como El Xalet.
Que chalé mais simpático (rs), preciso entrar!
Há um páteo interno, vou ver lá fora.
Valeu a indicação do Trip Advisor. Aliás, é fácil indicar prédios bonitos em Barcelona, sempre há algo a observar no meio do caminho.
Casa de Lactància
Já que é assim, o Trip Advisor tem mais uma indicação, a Casa de Lactància.
É um edifício modernista também situado na Gran Via de les Corts Catalanes, agora nos números 475 a 477. Foi projetado com fins filantrópicos no período da revolução industrial como ajudar para os necessitados que não tinham como alimentar seus filhos.
Bonita e com finalidade ímpar.
Aparece um prédio enorme, o Google Maps informa, é Mercat de Sant Antoni.
Bonito, mas … está em reforma. Não dá para entrar.
Agora, imagina um mercado deste porte fechado durante um bom tempo para reforma? E os comerciantes? Então, foi feito um puxadinho aqui ao lado!
Não perdem tempo mesmo.
Para uma ideia melhor do tamanho do mercado propriamente dito, uma foto enquanto me afasto.
Curiosidade, aqui Kibon chama-se Frigo.
Não falei que Barcelona é pródiga em prédios bonitos? Cada quadra uma boa surpresa!
Plaça España mais uma vez
Cheguei na Plaça España outra vez, com o shopping Arenas e a Font Monumental. É tudo tão bonito que merece novas fotos.
Ainda não consegui ver a chama que fica permanentemente acesa na pira.
Comentei em outro post, repito minha admiração para a solução ciclística no transporte em Barcelona. O sistema público tem estações nos mais variados cantos da cidade, a população usa muito.
Pena que não é para turista, é preciso pagar um abono anual, fica mais barato – bem mais – alugar uma bicicleta por um dia. Quem sabe eu ainda alugue uma até o final da viagem.
Já que o Arenas está aqui, vale o registro.
Está escrito Bienvenidos na porta, então vou entrar!
UAU! É um shopping gigantesco!
Vou subindo as escadas rolantes, apreciando cada anda, até chegar no tão esperado terraço!
UAU de novo! Que vista! A foto mostrou o Museu Nacional d’Art de Catalunya, o prédio de exposições Fira Barcelona Montjuïc e as Torres Venecianes.
O Museu Nacional d’Art de Catalunya merece zoom.
De fato, tudo que vejo aqui merece zoom.
Olhando um pouco mais longe as Torres Gêmeas no Puerto Olímpico, praticamente ao lado da casa em que estou hospedado…
…a Torre San Sebastián …
… a torre de comunicações no parque olímpico…
… o Castelo de Montjuïc…
… o World Trade Center, também conhecido como Hotel Vela pelo seu formato…
… o Tibidabo com seus 512 metros de altura hospedando a Torre Collserola (torre de comunicações também feita por conta das olimpíadas) e o Templo Expiatorio del Sagrado Corazón…
… e a Sagrada Família.
Esta é muito especial, merece zoom.
Para concluir esta sessão interminável de fotos, algumas mais gerais.
Opa, há um jardim lá embaixo. Um belo jardim!
No jardim uma escultura que tem todo o jeito do Mirò.
E é, o Google Maps informa o nome, Dona i Ocell.
Para chegar aqui neste terraço, é possível subir livremente as escadas do shopping ou pagar uma subida pelo elevador panorâmico.
Mas o panorâmico que vale mesmo a pena é o páteo aqui, é uma volta de 360 graus no Arenas.
É por isso que consigo ver a cidade toda!
Vista aproveitada, uma última apreciada no Arenas antes de sair.
Torres Venecianes
Meu próximo ponto fica bem na frente do Arenas, é praticamente uma linha reta. Vou ao Museu Nacional d’Art de Catalunya, funcionando no local em que antes foi o Palau Nacional.
Primeiro, vejo as Torres Venecianes…
… que parecem muito maiores aqui embaixo.
Elas estão bem ao lado dos prédios de exposição Fira Barcelona Montjuïc. Há um do lado direito…
… e outro igualmente grande à esquerda.
O caminho é uma linha reta e também uma bela de uma subida. À medida que vou caminhando, as Torres Venecianes vão ficando cada vez menores … e baixas.
Há muitas barracas na rua, estão preparando uma grande feira de automóvel para os próximos dias.
Font Màgica de Montjuïc
Chego à metade da subida, local em que ficam a famosa Font Màgica de Montjuïc.
Entre 21h e 22h há um show de águas aqui, dizem que é um belo espetáculo. Vou tentar vir alguma noite dessas. Por enquanto, já que ainda é meio da tarde, o máximo é chegar mais perto da fonte.
Las Cuatro Columnas
Do outro lado da fonte vejo Las Cuatro Columnas de Josep Puig i Cadafalch, recém construídas em 2011. São uma réplica quase que idênticas às originais erguidas em 1919 e destruídas em 1928 pelo ditador Miguel Primo de Rivera (informações do site IrBarcelona).
Uma inscrição lembra o fato.
As quatro colunas representam as quatro barras da bandeira catalã.
Pabellón Mies van der Rohen
Vejo as barras quando olho para frente, para o lado direito está o Pabellón Mies van der Rohen. Foi usado para representar a Alemanha na exposição de 1929 e por isso é também conhecido como Pabellón Alemán.
Mies van der Rohen conseguiu neste prédio transformar em realidade o conceito de arquitetura simples, porém prática. O prédio se converteu em um autêntico símbolo da arquitetura pragmática.
Mesmo usando um tipo de mármore habitual nos templos romanos e tendo optando por um piso que lembra os templos clássicos, o contraponto é feito com vidro e aço possibilitando perfeita harmonia do conjunto.
Vou dar a volta e olhar o prédio de um ponto mais alto.
CaixaForum
Esta região é pródiga em boas atrações. Bem ao lado do Pabellón Mies van der Rohen, encontro o CaixaForum, um centro cultural e social da instituição financeira catalã La Caixa.
O centro foi instalado na antiga fábrica têxtil Casaramona após ampla restauração e adequação. Construída entre 1910-1913, hoje é interessante notar o contraste da velha fábrica de tijolos aparentes de um lado com a parte moderna bem na frente.
Algumas coisas mais de vanguarda são meio difíceis de entender. Por exemplo, há um grande quadrado branco bem na frente do prédio, para que será? Vou ficar na dúvida, acho!
Já a entrada é um show de combinação entre o velho e o novo.
Vou entrar.
Embora esta parte totalmente nova seja bem interessante, quero ver a parte antiga restaurada. Está na sequência, atrás da entrada.
Segundo o Passaporte BCN, a fábrica é um exemplo único de arquitetura industrial modernista, com toques neogóticos característicos de Puig i Cadafalch, o arquiteto que estava em todas aqui em Barcelona. Em 1940, com o abandono da atividade fabril, as instalações passam a ser usadas como estábulos da polícia espanhola.
O Passaporte BCN comenta que La Caixa adquiriu o prédio em 1963, mas sua reabertura como centro cultural, social e educativo aconteceu apenas em 1992 .
Depois desta aula de história, subo agora no telhado da antiga fábrica, hoje um mirante e espaço de atividades.
Daqui é ótima a visão do Museu Nacional d’Art de Catalunya.
Vou olhar um pouco mais o prédio antes de sair.
Foi um banho de CaixaForum. Na saída, não resisto a mais uma foto da Font Mágica…
…e das Las Cuatro Columnas de Josep Puig i Cadafalch. Olha o Cadafalch aí novamente.
Las Cuatro Columnas
De fato, acho estas colunas tão bonitas que fico tentando achar um ângulo que mostre exatamente o que estou sentindo.
Tive uma ideia para o melhor ângulo.
Aí sim, hein?!?
Guàrdia Urbana del Districte de Sants-Montjuïc
Deixo as colunas para trás vendo meu próximo objetivo bem em frente.
É difícil não ver um objetivo tão grande como o Museu Nacional d’Art de Catalunya. Mesmo assim, olho para o lado e vejo um edifício enorme!
Acho que é mais um prédio usado nas exposições de Barcelona, embora consultando o Google Maps aparece o nome Guàrdia Urbana del Districte de Sants-Montjuïc. Não vejo um jeito de descobrir, vou apenas fotografar a beleza ter a certeza.
Nestas fotos mais distante não aparece o trabalho artístico nas paredes…
…vou chegar perto.
Lindo! Ah, está escrito que estou na Plaça de las Cascades. E dá para saber exatamente o motivo, é só olhar na direção do Museu Nacional d’Art de Catalunya.
As águas estão rolando!
Museu Nacional d’Art de Catalunya
Já que o museu insiste em chamar atenção, vou subir até ele!
É muita escada, mas tem um facilitador bem ao lado: escada rolante!
E as cascatas? Um show à parte!
Olha minha felicidade!
Ainda há mais a subir, vou por um caminho lateral.
Daqui vejo a cascata bem ao lado.
E por que ao lado? É que há mais escadas a subir!
Agora sim tenho uma ampla visão de tudo, desde os prédios de exposições, passando pelas Cuatro Torres, Font Mágica, Torres Venecianes e Arenas, o shopping lá na outra ponta.
A visão aqui é privilegiada, em que lugar até agora eu teria conseguido uma foto mostrando desde a Torre Agbar até as chaminés da Avinguda del Paral-lel?
Com zoom, dá até para identificar melhor alguns pontos conhecidos, como as Torres Gemeas bem perto da casa em que fico.
Fazendo outra foto agora um pouco mais à esquerda, a Sagrada Família. Detalhe, com um zoom máximo de 10x no celular, afinal não estou tão perto de lá.
E virando para trás, o Museu Nacional d’Art de Catalunya.
Já fiz muita coisa hoje, quero visitar o museu com calma. Daqui alguns dias eu volto. Agora vou em direção a meu próximo objetivo.
Teatre Lliure de Montjuïc
Conferindo o Google Maps de Montjuïc, consigo identificar um prédio amarelo grande que vi em algum momento, é o Teatre Lliure de Montjuïc. Vou seguir o mapa e chegar até lá!
Por melhor que sejam os aplicativos em meu celular, às vezes não consigo descobrir o que são algumas coisas que encontro no meio do caminho. Como esta praça com arcos agora.
Sei apenas que é bonito, vou fotografar um pouco mais.
Cheguei no Teatre Llliure.
Llliure em catalão significa livre, tudo a ver com um teatro, um local de livre expressão. Embora haja outro Teatre Lliure na Gràcia, aquele criado em 1976, este em Montjuïc é uma outra sede criada 2001. O prédio era antigamente o Palacio de la Agricultura durante a Exposición Internacional de Barcelona em 1929.
Se já não bastasse ver um prédio tão bonito assim, do outro lado da rua está o Museu d’Arqueologia de Catalunya.
As mexeriqueiras em frente, de novo, carregadas.
Perguntei outro dia para um senhor, ninguém pega estas frutas? Ele disse que são muito azedas, poderiam até servir para suco, mas com muita açúcar. E ai não ficaria bom. Palavras dele.
Voltando ao imponente
Vou entrar!
Mais uma vez a conciliação do antigo e do novo!
O fato é que fico meio perdido, olho para trás e vejo que ainda não aproveitei o suficiente do Teatre Lliure. Vou voltar.
As paredes lembram os nomes dos arquitetos responsáveis!
Contornando o prédio, vejo que ele é realmente enorme!
Como nada aqui parece se resumir a só um prédio digno de fotografar, em frente a este outro lado do museu está o Mercat de les Flors.
Aqui também era parte de Palacio de la Agricultura, aquele construído para a Exposición Internacional de Barcelona em 1929. Em seguida foi usado como um mercado central de flores – daí seu nome – e agora é um teatro referência em dança e arte de movimento.
Flamenco no Arenas
Falando em dança, vou aproveitar um anúncio que vi hoje no Centro Comercial Arenas, um espetáculo de flamenco. Não tem graça estar na Espanha e não ver um bom show típico.
Já dentro do shopping, bem em frente ao cinema, acho diferente as pipocas daqui.
Um arco-íris completo!
Vamos para o local do show de flamenco…
…com uma bela sangria para entrar no clima.
A expectativa é grande. Minha e de umas brasileiras que estão aqui a meu lado falando sem parar.
Sento ao lado delas! Eram de Brasília e Recife.
Não dáp ara continuar a conversa, o show vai começar.
Foi um show e tanto. Eu adorei, as brasileiras a meu lado também, o público todo gostou. Ah, detalhe, eram quase todos brasileiros, descobrimos depois. Pelo jeito gostamos muito de flamenco.
Depois de um bom show, hora de encerrar o dia. Até o próximo!
Oi Nando, você nos proporcionando tantas maravilhas, garanto que sentirá saudade e com certeza voltará ai com a Cecília.
Me lembro de quando estive ai, ter ido assistir o espetáculo noturno da fonte de Monjuic. Como tudo aí foi maravilhoso.
Mais uma vez, aplausos pelo seu trabalho e uma boa noite.
tia Elisa
Tia Elisa, eu voltei na Font Mágica dias depois e vi o show, foi sensacional! Vou colocar as fotos em um dos próximos posts. E muito obrigado pela companhia, em várias fotos eu fico me perguntando o que a senhora achará delas 🙂 .