Nem estava em meus planos visitar o famoso Stanley Park hoje, mas o dia amanheceu ensolarado, domingo ensolarado. Convite perfeito para um passeio … e de bicicleta!
Stanley Park
Ainda em casa, pesquisei as opções na internet e optei pela Spokes Bicycle Rentals.
Gostei bastante do atendimento, todos muito simpáticos; a bicicleta está bastante boa, é o que mais importa. Já estou no chamado Seawall, um caminho ao redor do parque.
Infraestrutura bem planejada é outra coisa. Há duas pistas bem marcadas, a mais interna é para ciclistas, a outra fica para os pedestres. Além disso, quem anda de bicicleta deve respeitar o sentido – obrigatório – de circulação, todos andam em mão única, sentido anti-horário. Excelente!
Seawall não se resume apenas ao parque, é possível estender o passeio a muitos outros pontos margeando a água. Pelo jeito eu não irei muito longe, estou parando toda hora para apreciar a paisagem.
Este ponto específico em que estou é um dos melhores lugar para ver os prédios do centro de Vancouver.
Que excelente começo de domingo!
Vários pontos no passeio são identificados!
Certamente eu teria que parar por aqui. Eu estava gostando muito de ver as montanhas m meio aos prédios da cidade, aqui a visão é direta, limpa! Bonito demais!
O que pede um lugar amplo como este? Um registro panorâmico, claro!
Não falei que o passeio não iria render? Irresistível parar em todos estes pontos. Certamente vou optar pelo aluguel da bike o dia todo!
Cheguei ao extremo do parque, Brockton Point Lighthouse.
Este farol existe aqui desde 1890.
Nesta ponta do Stanley Park, todos devem enxergá-lo muito bem.
Não sei exatamente como era a luz no início, sei apenas que esta torre quadrada, pintada de branco com uma faixa horizontal vermelha, foi construída em 1914.
Não é mesmo uma bela visão?
Quase encostado no farol, um dos locais mais visitados pelos turistas, Totem Poles.
Aqui cabe um caso engraçado. Eu estava na frente de um dos totens tentando entender seu significado, escutei então uma senhorinha falando “vamos esperar primeiro este homem sair da frente“. Em português ela falou, pensando certamente que eu não entenderia. Virei para ela e perguntei em tom de bom humor, “este homem sou eu”?
Ela levou o maior susto (rs).
Também, com tanto turista assim, quase impossível registrar a imagem dos totens sem alguém na frente.
Procurei entender o significado. Em um dos sites ligados ao Stanley Park, um texto já esclarece que os totens não são ídolos e nem sagrados. A explicação começou bem esclarecedora, porque era exatamente o que eu estava pensando.
Cada figura esculpida em cada poste tem seu significado:
- A águia representa o reino do ar;
- A baleia, o senhor do mar;
- Lobo, o gênio da terra;
- Rã, transição entre a terra e o mar.
Explicação entendida, vamos ver as esculturas – tentando não atrapalhar a senhorinha fotógrafa (rs).
Muito interessante, embora tenho que admitir uma certa dificuldade – grande dificuldade – em enxergar baleias, rãs ou qualquer outro animal.
Subo na bicicleta e vou em busca de um novo ponto, Girl in Wetsuit.
Muitos pensam que a estátua representa uma sereia – foi o que eu pensei em um primeiro momento – mas esta garota em roupa molhada representa a dependência que Vancouver tem do mar. Foi um presente para o Conselho de Parques de Vancouver.
Essa próxima figura praticamente ao lado da garota de roupa molhada chama-se SS Empress of Japan Figurehead.
Nenhuma explicação encontro por aqui, então vou pedir ajuda ao Google.
Achei! O SS Empress of Japan Figurehead, também chamado de “Queen of the Pacfic“, já cruzou o Oceano Pacífico mais de 400 vezes. Trazida para o Stanley Park em 1927, começou a deteriorar com o tempo, então esta é um a réplica feita em fibreglass. O original está no Vancouver Maritime Museum. E, o mais importante, o significado: o monumento representa a ligação entre Vancouver e a Asia.
Ver o monumento sabendo seu significado é muito melhor!
O que não precisa de pesquisa é a vista das montanhas e da Lions Gate Bridge.
Uma simpática senhora aqui a meu lado está perguntando se eu quero uma foto. Acho que ela está percebendo meu interesse, é claro que vou aproveitar a oportunidade.
A volta ao redor do Stanley Park é bem sinuosa, as paisagens podem ser vistas pelos mais variados ângulos !
Este ângulo da Lions Gate Bridge é fantástico!
Falei que não precisava de pesquisa para apreciar esta ponte – não precisa mesmo – mas eu não aguento e vou atrás de mais informações.
Consegui!
- Foi aberta em 1938
- Seu nome é uma homenagem a dois picos ao longo das montanhas do norte, The Lions
- Uma das maiores pontes no Canadá, são 1.823 m
- Já foi cenário em vários filmes, como por exemplo Deadpool 2
Bonita! Imponente! Fantástica obra de engenharia!
Bem, fantásticas obras parecem ser lugar comum aqui. Vejam esta fantástica obra da natureza!
A placa em frente explica que os ancestrais construíram aqui uma tipo de rede de pedra para pescarem. Quando a maré está baixa, dá para vir duas fileiras de pedras contornando a costa, serviam para capturar os peixes.
E vejam só que consciência. A placa explica que eles ficavam apenas com os peixes suficientes para a subsistência, o restante era liberado de volta para o mar! Povo sábio!
Preciso registrar o local, gostei muito!
Gostei tanto que vou descansar um pouco, o cenário é convidativo1
Vejo muitos turistas olhando um ponto específico, eu chego perto.
Olha que legal.
Não sou especialista em animais, pergunto para aquela simpática senhora que me fotografou há pouco se ela sabe o nome dos bichinhos. They’re raccoon, ela disse. Pesquiso o Google Tradutor na frente dela, digo que em português o nome é guaxinin. Ela gosta, diz que é mais sonoro!
Vamos andando, lá na frente há uma pedra meio separada da costa.
Acho que é um ponto de destaque na orla do Stanley Park. O Google Maps concorda, é a Siwash Rock.
As informações continuam, uma placa aqui ao lado diz que a pedra é um monumento a “Skalsh the Unselfish“, ele foi transformado em pedra por “Q’uas the Transformer” como recompensa por seu altruísmo.
É interessante ver uma pedra construída pela constante erosão das águas sob a ótica dos antigos povos indígenas.
Existem algumas praias pequenas ao redor do parque, esta é a Third Beach.
Vegetação e água se alternam o tempo todo nesta volta ao redor do parque.
Tem até piscina, Second Beach Swimming Pool.
E mais guaxinin. Ou raccoon!
Beaver Lake
Sei que há duas lagoas no Stanley Park. A maior, Lost Lagoon, está bem aqui a meu lado!
Mas há um menor, porém tudo indica que bem interessante. Vou dar um jeito de descobrir o caminho até lá.
Ainda não descobri, mas estou passando no Shakespeare Garden.
E também no Rose Garden.
Depois de algumas tentativas, chego ao Beaver Lake.
A placa responde, este é o incrível lago que está encolhendo.
Plantas morta e sedimentos do solo aos poucos vão reduzindo a oxigenação da água. As plantas então vão ocupando o fundo e as bordas, meio que engolindo o lago.
Normalmente, a placa continua, são centenas de anos até que um lago se transforme. No entanto, dada a vegetação no Beaver Lake, a expectativa é que em menos de 50 anos já não exista mais o lago.
O cenário é surpreendente, principalmente depois que entendemos esta transformação de lago em floresta.
Vejam que incrível, nem dá para ver direito a água embaixo das flores.
Que bom ter insistido comigo mesmo para chegar até este lago.
Bom, hora de encerrar o passeio no Stanley Park, rumo a um próximo ponto!
O passeio aqui está terminando, as surpresas ainda não. Esta ponte tem duas faixas, uma para pedestres e outras para cavalos. Coisa dos tempos antigos!
O tamanho de algumas árvores no parque é admirável!
English Bay Beach
Acabei de chegar em uma das mais populares praias em Vancouver, English Bay Beach.
Também chamada de First Beach – faz sentido, afinal já passamos há pouco pela Second Beach e Third Beach – atrai público mais por sua areia e comércio local do que pela água propriamente dita. Gelada, algumas vezes fechada por poluição, o que vale aqui é o burburinho local.
Eu, turista, gosto também de ver os prédios ao redor.
Ou as esculturas absolutamente diferentes.
Estas são as A-maze-ing Laughter.
Também conhecidas como Giant Laughing Statues, estas estátuas são legado da Bienal de Vancouver de 2009 a 2011. Ao todo, as 14 obras em bronze com a mesma expressão de riso e diferentes gestos são um convite para um riso solto e gostoso – pelo menos é o que li em algum site.
Vou ver mais de perto.
Não vou negar, é engraçado!
Depois desse momento de humor (?!?), vou mais é andar e curtir a praia.
Olha lá a Burrard Bridge.
Ah, também a neve na montanha. Não canso de olhar esta paisagem, neve é algo que desperta muito minha curiosidade.
Bicicletas em Vancouver
Discute-se muito o uso de bicicletas em cidades, Vancouver é um exemplo e tanto de boas políticas para este tipo de mobilidade urbana.
Então, além de ficar admirando a neve…
… também presto atenção a como a cidade trata os ciclistas. Guias rebaixadas e bem sinalizadas existem em toda parte.
Além disso, há um ótimo sistema de bicicletas públicas.
Esta rua, por exemplo, achei o máximo. Ela é praticamente exclusiva para bicicletas e trânsito local.
Devonian Harbour Park
Este parque a minha frente foi surpresa total. Não fazia a mínima ideia de sua existência – não estava em minha lista de pontos a visitar – acabei descobrindo quando estava quase no final de meu passeio de bicicleta.
Pronto para devolve a bike, o parque apareceu e aproveitei a última meia-hora que tinha para andar um pouco mais.
Estou muito contente por ter tido tempo e oportunidade para passear por aqui, o Devonian Harbour Park é lindo. Muito bem cuidado!
No caminho para devolver a bike, mais um exemplo da política de mobilidade urbana em duas rodas.
Olha só o nome do restaurante em frente, Brazilian Steak House.
Devolvi a bike, agora é caminhada mesmo. O que é muito bom, dá para ver com calma os luxuosos edifícios.
Já vi estes prédios várias vezes, ficam ao lado da Burrard Station, uma das estações de metrô que tenho usado com certa frequência.
Não me canso de ver as cascatas deste belo projeto arquitetônico.
Ou dos demais edifícios da região.
Italian Day na Commercial Drive
Reservei a parte da tarde deste domingo para um evento de rua, o Italian Day. São barracas de rua em uma grande festa italiana na Commercial Drive, uma das ruas mais comerciais de Vancouver.
Saio do metrô e já percebo a grande agitação.
É muita gente! Tem fila – grandes – para comprar qualquer coisa.
Até petisco para cachorro a festa oferece. Muito justo!
E não é só de comida que vive a festa italiana.
Não é por nada não, mas 25 dólares canadenses por estas saias? Ou tutus, como está escrito aqui? É muito dinheiro!
Há espaços para música e interação com as pessoas. Olha aí a mocinha de amarelo entrando no ritmo.
Festa tem show, os cantores já vão começar seu espetáculo!
Neste palco a animação é bem maior.
Sabe o que estão cantando? Funiculi, funiculá….
Vamos ver? E ouvir?
Típica festa italiana em pleno Canadá!
A Commercial Drive, rua da festa é enorme, já andei várias quadras – de sul a norte, olha as montanhas do norte com neve ao fundo – a festa é grande em todas elas.
Que bárbaro! Frutas no espeto!
Parecem irresistíveis! Um ótimo jeito de estimular crianças a comerem frutas, vejam estas mangas.
Não parecem um doce muito gostoso?
A criatividade rola solta, esta pizzaria encontrou um ótimo jeito de chamar atenção!
Em uma rua transversal, uma alternativa interessante. Você compra cupons – mínimo de 20 dólares australianos – e os utiliza em várias barracas neste espaço fechado experimentando porções de queijos, comidas várias e pequenas taças de vinhos.
Eu ando, ando e ando e as barracas nunca terminam!
Ufa, cheguei ao fim. Agora vou voltar mais rapidamente, mas quero aproveitar para prestar um pouco mais de atenção no bairro e não na festa.
Veja uma rua lateral.
Esta região da Commercial Drive era antes um reduto italiano – daí a escolha deste local para esta festa – mas hoje há imigrantes de todos os lugares do mundo aqui.
Victoria Park
Não vou ficar só por conta da festa, é por isso que acabo de chegar no Victoria Park.
Um oásis de tranquilidade depois de toda aquela agitação festiva!
Olha que legal, esta é uma rua de trânsito calmo, a placa avisa.
Deve haver um limite máximo de velocidade.
Não havia percebido até agora aquelas casas com escadas na frente típicas de Montreal!
Pronto, peguei o trem e já estou bem próximo da casa em que estou hospedado. Fica ao lado do Central Park.
Claro, nada parecido com irmão famoso de Nova York, já que estamos em Burnaby.
Estou curioso, Burnaby – o local em que estou hospedado – é uma cidade ou um bairro?
O Google tem a resposta, é uma cidade.
Chegar na casa, na Farrington St, é um deleite para os olhos. As montanhas do norte, cobertas por neve, oferecem um visual lindo!
Uma paisagem dessa faz o dia terminar muito bem. Até amanhã!