Mai, 3 (19/29) – Um dia de museus: Musée de l’Orangerie, Musée Marmottan Monet, Musée Rodin e – muito mais do que um museu – Centre Pompidou

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O primeiro domingo de cada mês em Paris é especial para quem gosta de museus, muitos acessos são gratuitos. Como o dia ainda está chuvoso, mais um motivo ainda para conhecer alguns.

Antes de sair, preciso contar algo que aconteceu na casa em que estou. O Loic, o proprietário, estava ouvindo música. O título? Tu t’en vas! Pois é, esta mesma música ficou famosa no Brasil, lembra dela?

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Jane & Herondy. Nossa, esta saiu do fundo do baú. Na hora fui ao YouTube, achei o vídeo e mostrei para o Loic. Ele ficou vendo um pouco, mas não aguentou e disse: o francês é melhor! Estes franceses!

Bem, agora sim vamos ao passeio pelos museus.

Já que o acesso é gratuito, deve haver muita gente. Então acordo cedo para evitar filas, o primeiro destino será o Musée de l’Orangerie.

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A saída do metrô oferece uma vista privilegiada: Aiguille de CléopatreTour EiffelPlace de la Concorde e ao fundo Champs-Elysée.

Uma outra vista não agrada tanta, a fila para entrar no l’Orangerie.

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Sempre falo em meus cursos de gestão do tempo que não deveríamos perder tempo em filas. Então aproveito para acessar a internet e entender o museu e suas exposições.

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Nem percebo o tempo passando, já estou no museu.

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A fila lá fora aumenta! As árvores ao fundo são o Jardin des Tuilleries.

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Bem no início do museu, a exposição mais famosa e permanente: Les Nymphéas de Claude Monet.

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A exposição é muito bem organizada, a lógica de exibição dos quadros permite entender melhor o significado dos quadros.

São duas salas. Na primeira, os quadros representam Matin (manhã)…

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Reflets verts (reflexos verdes)…

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Les Nuages (as nuvens)…

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… e Soleil couchant (sol poente).

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Como l’Orangerie tem Monet como sua principal atração, há uma outra sala Les Nymphéas. Na sequência, Le Matin clair aux saules (algo como o clarear da manhã junto aos salgueiros)…

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… Les Deux saules (os dois salgueiros)…

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Le Matin aux saules (a manhã junto aos salgueiros)…

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… e finalmente Reflets d’arbres (reflexos das árvores).

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Não quero dar uma de metido, mais tenho a sensação de que agora entendo um pouco mais das obras de Monet. Ainda bem que minha prima Maria Helena falou que eu deveria vir aqui depois que fui aos jardins de Monet em Giverny, é algo como visitar a fonte de inspiração (Giverny) e depois ver o resultado (Orangerie).

Musée de l’Orangerie tem dois andares e um intermediário, que está em reformas. Vamos então para o outro andar. Na saída, um busto do Rodin

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a fila lá fora (rs)…

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… e quadros mais “normais” na frente das escadas.

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Este é um quadro de André Derain, que – confesso – nunca ouvi falar!

Outro artista permanente do l’Orangerie é Paul Guillaume, aqui há maquetes do apartamento em que ele morava.

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Que perfeição, tudo isso é maquete! Legal também ver o nome da avenida em que ele morava, av. Foch, aquela que vi outro dia do alto do Arco do Triunfo.

Falando em maquete, há algumas perfeitas contando a evolução de l’Orangerie ao longo dos tempos. Esta abaixo é de 1970.

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Musée l’Orangerie não é só Monet, há também Pierre-Auguste Renoir, quadro Jeunes filles au piano

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Paul Gauguin, com Paysage

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Paul Cézanne, com Fruits, serviettes e boite à lait

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Henri Matisse, com Femmes au canapé ou Le Divan (o quadro está identificado com estes dois nomes, não entendo o motivo)…

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Picasso, com duas obras, uma antes de sua fase cubista (até parece que estou ficando entendido), Nu sur fond rouge

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… e Grand nature mort.

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Ah, encontro também um Monet mais normalArgentueil.

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Já estou satisfeito com o l’Orangerie, programei vários museus para visitar hoje. Hora de ir ao próximo!

Uma última olhada na fila que está ainda maior.

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Meu próximo destino é o Musée Marmotan Monet. Sim, mais um Monet, vou ficar entendido mesmo.

Na verdade, os lugares a que vou aqui em Paris nem são os mais importantes, o que busco mesmo é conhecer regiões diferentes da cidade. Por exemplo, ao descer do metrô agora, vim parar em um parque digno de uma manhã de domingo.

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Pergunto ao Google Maps, estou no Jardins du Ranelagh.

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Olha só o que encontro…

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É muito parecida com minha cachorrinha Victória, até o virar de costas quando não conhece é igualzinho ao que a Victória faz.

Claro que não me dou por vencido, preciso brincar com ela. Mostro a foto da Victória para a dona, ela diz incroyable! Eu também acho!

– Olha aí, Ci, até a coleira é rosa, como a da Victória!

Mais à frente nesta praça, uma estátua chama MUITO minha atenção.

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Coloco o nome da praça na internet, descubro que é La Fontaine, regardant à ses pieds le corbeau et le renard (La Fontaine, olhando a seus pés o corvo e a raposa).

Chego ao Musée Marmottan Monet, completamente sem fila. Que bom!

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Embora o museu tenha suas atrações, e não limitadas apenas a Monet, não gosto muito do que vejo. Dou uma olhada rápida…

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… e já vou embora.

A casa é até bonita, mas não foi uma boa escolha para a segunda visita do dia. Pior é que paguei 11 euros.

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Felizmente sempre tem as surpresas de Paris. Olha que diferente a bomba de gasolina, ela não fica em um posto, está sozinha na calçada. Não vi pessoas abastecendo seus carros, mas bem que fiquei curioso.

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Meu próximo destino neste dia de museus é o Musée Rodin. Para aproveitar a calmaria do domingo e a vista, resolvo ir de ônibus. Enquanto espero, já tenho a oportunidade de apreciar o que há de bonito perto do ponto.

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Olha só, estou perto da Tumba de Napoleão, ou Hopital des Invalides, como já ouvi as pessoas daqui falando.

Chego no Musée Rodin e já fico muito mais contente do que na visita anterior. É que além do museu em si, há o jardim do museu. Que jardim, veja.

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Esta obra de Rodin, que me provoca uma sensação absurdamente boa, aparece bem na minha frente. Até fotografo a cabeça de uma das estátuas, fico impressionado com o nível de detalhes.

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Andando mais um pouco no jardim, nova estátua vai crescendo à medida que caminho.

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O nome é Les Ombres. É, tem tudo a ver!

Olho com mais atenção e olha só o que aparece ao fundo desta estátua.

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Torre Eiffel é muito presente aqui em Paris.

Uma das melhores obras do jardim está aqui a meu lado, é a La Porte de l’Enfer. Não dá para acreditar na riqueza dos detalhes.

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Esta última foto nem ficou boa por causa da claridade, mas resolvi colocá-la assim mesmo. Este pensador na porta foi a origem da obra mais famosa do RodinO Pensador. Fiquei muito impressionado com tudo isso, tanto que fazendo o post agora pesquisei o assunto na internet.

Resumindo o vasto material que encontrei, a escultura – se é que podemos chamá-la só de escultura, isto é uma verdadeira obra de arte – foi iniciada em 1880 e finalizada 37 anos depois, em 1917. A obra foi encomendada como um conjunto de portais a ser instalado no Cour de Comptes, no Museu de Artes Decorativas de Paris, que havia sofrido um incêndio. Foi o próprio Rodin quem escolheu como tema a Divina Comédia de Dante Alighieri.

Feita em bronze, traz 180 figuras com dimensões que variam de 15 cm a mais de um metro. Diversas figuras foram reproduzidas depois em tamanho maior como esculturas independentes. Entre elas estão o tal O Pensador e e também O Beijo e As Três Sombras.

O Pensador representa Dante Alighieri meditando em tormentosa introspecção sobre a Porta do Inferno. Veja mais alguns detalhes.

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Mesmo querendo ficar um pouco mais por aqui, resolvo ir em frente. Ainda bem, o jardim ainda tem muito o que mostrar. Em um local protegido por vidro, encontro até um busto de Victor Hugo feito por Rodin.

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Os destaques no jardim estão mesmo para as esculturas de ferro. Ah, o próprio jardim é um show!

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O jardim é tão grande que abri o Google Maps para ter uma visão mais geral.

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Uau, do lado esquerdo do gramado verde na foto aí acima, dá para ver algo como três quadras de comprimento. É muito jardim! Vamos em frente!

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Olha só o lago bem no meio do jardim.

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Olha só a estátua bem no meio do lago!

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Olha só o que vejo atrás do lago, de novo o Hopital des Invalides.

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Firmando a vista, um pouco mais atrás, a sempre presente Torre Eiffel.

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Na ponta extrema do jardim, há alguns pórticos vegetais…

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… cadeiras para uma boa espreguiçada…

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… e uma visão mais global do parque, incluindo o Hotel Biron, que na verdade é o museu propriamente dito.

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Vou para o outro lado deste jardim, só para apreciar este imenso gramado. O bom é que vejo outras obras também.

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Um pouco mais ao lado, a famosa obra. Fotografada sob todos os ângulos possíveis, ela merece (rs)!

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Falta ver o museu. O fato é que por enquanto há todo um trabalho de reformas, então o que verei mais tarde é apenas algumas obras especiais na sala de exposição, bem ao lado da entrada.

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Confesso que não encontrei muita coisa interessante, nem foto tirei. Quis mesmo é ver mais uma vez a Porta do Inferno.

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Está na hora da última visita de hoje, Centre Pompidou. Não é exatamente um museu como os outros do dia, mas tem exposições e muito, mas muito mais coisas a ver e fazer!

Enquanto espero o ônibus, mais uma chance de apreciar a paisagem: o Hotel des Invalides …

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… o Grand Palais e as estátuas douradas da pont Alexandre III

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… o Musée de l’Armé (à esquerda na foto abaixo) e – sempre – a Torre Eiffel (à direita).

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Ao sair do ônibus, vários turistas e uma guia apontando uma construção antiga.

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Abri o TripAdvisor, mas não encontrei comentários, apenas o nome do lugar: Agoudas hakehilos.

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Aproveito que estou digitando o post e pesquiso na internet. O Agoudas hakehilos  fica na rue Pavee, 4º arrondissement de Paris, muitas vezes chamado apenas de sinagoga Pavee. Encomendada pelo Agoudas hakehilos, sociedade de judeus ortodoxos de origem russa, é consequência da imigração da Europa Oriental na virada do século 20. Financiado por este rico grupo russo polonês, não custou um centavo a comunidade parisiense. Seu objetivo era proporcionar um local amplo e moderno para os judeus, que estavam acostumados a este conforto.

Depois deste momento histórico e cultural do blog (rs), melhor continuar vendo as fotos, já que continuo caminhando rumo ao Centre Pompidou.

Olha só a praça que aparece.

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Dá até para ler tranquilamente. Alguns metros à frente, outra boa surpresa.

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Nunca tinha ouvido falar do Hotel Donon, muito menos de seu jardim. É por isso que gosto de andar a pé em Paris 🙂 .

Entro em uma rua muito, muito estreita. E à espreita parece estar o Centre Pompidou ao fundo! Mal sabia eu a beleza do lugar.

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O Centro Georges Pompidou (Centre national d’art et de culture Georges-Pompidou) possui museu, biblioteca, e teatros. Localizado na área de Beaubourg do 4º. arrondissement, tem arquitetura high tech e utiliza os elementos tecnológicos como objetos estéticos. Aqui as grandes tubulações são aparentes (dutos de ar condicionado, as escadas rolantes são externas e o sistema estrutural é em aço.

É um dos lugares mais visitados de Paris. Na biblioteca do centro há uma vasta coleção de livros, acesso gratuito à internet, jornais e revistas de todas as partes do mundo e televisões com canais internacionais.

Falando nas escadas rolantes externas e aparentes, vou subir por elas agora!

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Que vista! Dá para ver La Défense

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…a Basílica de Sacre-Coeur

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Torre Eiffel

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… Panthéon

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… e Torre Montparnasse ao fundo e Torre Saint-Jacques mais à frente (torre que ainda não vi de perto).

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Dá para ver as pessoas sentadas e deitadas na praça bem em frente.

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Aqui fica o Musée National d’Art Moderne, vou olhar!

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Arte moderna mesmo, nem percebo que esta cadeira da foto abaixo é formada por armas. Só me dou conta quando leio o que está escrito ao lado.

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No meio das artes modernas…

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…sempre muita gente – uma constante aqui em Paris.

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Antes de ir embora, quero ver mais um pouco do próprio Centre Pompidou.

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No caminho até o metrô, aquela torre que ainda não havia visto de perto – Tour Saint-Jacques – apareceu.

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Nem fazia ideia desta torre, tanto que procurei no Google Maps o nome dela.

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Foi um dia intenso, muitas visitas. Foi um dia excelente!

O mapa de fim de post está bem amplo hoje, já que o Musée Marmottan Monet está bem à esquerda na foto abaixo e o Centre Pompidou no direito, é o último ponto deste lado!

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2 pensou em “Mai, 3 (19/29) – Um dia de museus: Musée de l’Orangerie, Musée Marmottan Monet, Musée Rodin e – muito mais do que um museu – Centre Pompidou

  1. Sem palavras…..
    Rodin…Renoir….jardins de perder o fôlego…
    Sem palavras mesmo!!!!!!
    Mágico!!!!!!

    1. Ci, nunca pensei que veria obras ao vivo, bem do meu lado, destes artistas famosos. É muito bom estar aqui, da próxima quero estar com você! Bjs!

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