King’s Cross Station
Peguei um exemplar da revista TimeOut London, que faz o aplicativo de mesmo nome que tenho usado sempre, e li um artigo sobre a King’s Cross Station. O texto dizia ser esta talvez a mais bela estação do mundo, além de ter sido cenário dos filmes do Harry Potter. É nela que Harry e seus amigos embarcavam para Hogwarts, o acesso era pela plataforma 9 ¾, que só bruxos poderiam entrar.
Juntei tudo isso e os apelos/recomendações/pedidos de minha mulher para não esquecer de ver a estação e lá fui eu!
Foi uma ótima escolha! Dizer que a estação é linda não faz jus ao que vi: é muito mais do que linda, nem tenho palavras.
Em seu interior, a estação parecia um pouco mais “normal”, comecei a pensar que não haveria um local que me fizesse lembrar do filme.
Até que…
… achei a Platform 9 ¾. Igualzinha a do filme! E também uma fila enorme, várias pessoas esperando sua vez de tirar uma foto “entrando” na plataforma.
Confesso que fiquei tentado, mas havia muita gente. E não vou negar que eu ficaria um pouco envergonhado, afinal eu seria o único “senior” da fila. Só havia jovens e crianças, os mais velhos só olhavam.
Melhor continuar vendo a estação do lado de fora, eu ainda estava impressionado com o que havia visto.
Impressionante! Demais!
Do outro lado deste mesmo imponente edifício, há um hotel, o St Pancras Renaissance Hotel.
Depois de andar um pouco ao redor deste maravilhoso prédio, comecei a entender melhor como tudo está distribuído. Por aqui há a King’s Cross St Pancras para usuários de metrô e também a London St Pancras para usuários de trens – locais, nacionais e internacionais. Parece uma verdadeira Torre de Babel, o que menos ouvi foi alguém falando inglês. Até passaram duas brasileiras com um sotaque arrastado de Minas.
Dois detalhes: primeiro, os londrinos chamam carinhosamente a estação de KX; segundo, este é o borough de Camden, mais um para minha coleção de boroughs visitados.
Resolvi conhecer a London St Pancras. Às vezes é meio confuso, porque embora o mapa do Google mostrasse a estação em outro ponto bem próximo, está tudo interligado por baixo. Então você pode entrar em qualquer lugar e seguir as placas.
Entrei pelo prédio que estava achando muito bonito.
Uma sensação e tanto ter passado por este arco para lá de imponente.
Agora é passear pela estação.
Esta escultura chamou minha atenção.
Além de enorme e muito bonita, tinha uma base redonda repleta de esculturas menores, igualmente – ou até mais – bonitas.
Continuei andando, outra escultura. Esta parecia olhar alguém que partia, lembrei até da música do Milton Nascimento, “Todos os dias é um vai e vem, tem gente que veio para ficar, tem gente que vai para nunca mais…”.
Embora o nome da obra e do autor estivesse escrito no chão, era difícil ler, estava escrita em forma espiral ao redor da estátua.
Lembrei que havia um aplicativo do Google em meu celular, CamFind, que talvez ajudasse. A ideia do aplicativo é simples: fotografe qualquer coisa e você saberá o que significa. Muito ousada a proposta, seria que funcionaria aqui?
Fotografei! Olha só que sensacional, primeira apareceu a foto com a mensagem “Identifying…”
…depois – inacreditável – o material da escultura, bronze, e por fim o nome, John Betjman.
Para completar, vários links para páginas relacionadas.
Impressionante! Nunca me canso de admirar estas facilidades tecnológicas. O que seria de minha viagem sem estes aplicativos?
Melhor ver um pouco mais a estação.
Estava ficando com fome, o artigo na TimeOut London falava de um lugar, Paolina Thai Cafe na King’s Cross Road…
… esquina com Field Street.
Não gostei! Pequeno, apertado, poucas mesas e todas ocupados. Melhor procurar outro lugar. Gostei do Restaurant Cafe Station, não só pelo local mas também pelo cardápio.
É aqui mesmo que eu vou!
Só então percebi que foi minha primeira refeição tradicional, sentando confortavelmente em um restaurante. Até agora só havia comido lanches e pratos diferentes que encontrava nos truck foods e feiras.
A moça que me serviu tinha um sotaque forte, puxei conversa. Era polonesa, estava aqui há 7 anos e disse que gosta muito do sotaque brasileiro. Que bom!
Durante o almoço, aproveito para checar o Facebook. Encontrei fotos da visita que havia feito ao V&A na 6a. feira passada com o grupo da escola de inglês.
Vou apresentá-los. Da esquerda para a direita há espanhóis, japoneses, o professor Mike com os braços abertos, um argelino, duas espanholas, uma japonesa, por fim uma russa e … eu!
Facebook conferido, almoço concluído, o mais lógico era aproveitar e conhecer mais a região. Foi o que fiz, com a ajuda de um aplicativo – que dúvida! – o London City Walks – que sugere passeios a pé e havia uma sugestão para a região. O primeiro ponto era o London Canal Museum.
No caminho, encontrei muitos hostels. Há vários deles na região, já que aqui é um ponto de chegadas e partidas, encontros e despedidas.
Não entrei no museu, só fotografei o lado de fora. Eu já não gosto muito de museu, este além de tudo parecia muito simples.
Embora o aplicativo de passeios a pé não falasse a respeito, eu havia lido que aqui perto estava a sede do The Guardian, um dos jornais mais tradicionais e respeitados na Inglaterra – e no mundo.
Tenho mais é que entrar.
O aviso na saída da sede do jornal preocupa.
Londres também tem ladrão, principalmente de celulares, são os chamados pickpocket, os nossos batedores de carteira. Todo cuidado é pouco!
O aplicativo de passeios a pé indicava agora a British Library.
Simplesmente lindo.
Olha aí outra estátua!
Ótima desculpa para eu testar novamente aquele aplicativo do Google que admirei demais, o CamFind. Vou testá-lo novamente.
Percebi também que havia um QR Code no pé da estátua, usei o aplicativo QR Reader para escanear o código.
Uma tela foi aberta em meu celular com o serviço Estátuas Falantes. Era só você tocar em Go para receber uma ligação e ouvir a descrição da estátua.
Sensacional a ideia … mas não funcionou.
Então vi um jeito mais fácil! Havia uma descrição bem no pé da estátua! Muito melhor (rs)! Às vezes os métodos tradicionais funcionam muito mais, não é preciso ficar inventando a roda!
Chegar de perder tempo, melhor entrar na British Library.
A visita como um todo foi muito boa, não só pelas instalações, mas porque duas obras chamaram muito minha atenção. Uma delas foi a bíblia de Gutemberg, nunca pensei que poderia ver na minha frente um exemplar original. É uma sensação muito boa. Pena que não pude fotografar, não era permitido.
Só que eu não sabia que as fotos eram proibidas, então antes de chegar na bíblia, eu já havia fotografado outra coisa muito interessante: a folha em que Yesterday, dos Beatles, foi escrita.
Vamos continuar o passeio o pé, o aplicativo indicava agora a The Crypt Gallery. A orientação via mapa é tão boa que o traçado azul indica até em que ponto você tem que atravessar a rua. É só acompanhar a trajetória em azul.
O London City Walks informa que aqui ainda estão os túmulos de 557 pessoas e que também a galeria da cripta abriga obras das mentes contemporâneas mais criativas de todo o mundo.
O problema é que justamente ontem havia terminado uma exposição e na próxima semana começa outra. Quem sabe eu ainda volto aqui!
Para não ficar preso apenas ao aplicativo, estou sempre olhando a região. O velho e o novo sempre coabitam aqui em Londres.
Olha só este prédio, é de uma beleza impressionante.
Cheguei perto para ver, o nome é Cruciform Building, faz parte da UCL.
O Google Maps traduz a sigla, University College London.
Não resisti, entrei na escola.
São estudantes, claro que há os mais variados grupos por aqui.
Olha só o que encontrei em um poste.
Saindo da escola, lotada de estudantes por tudo quanto é quanto, um lugar absolutamente tranquilo, a meia quadra dali.
Mais para frente, uma rua de pedestres que faz parte do colégio.
O London City Walks ainda mostra mais três lugares para ver, todos museus. Estava cansado, já havia andado muito, resolvi parar por aqui, já que não gosto tanto assim de museus. Havia apenas um na lista, British Museum, que fiquei com vontade de ver. Volto outro dia!
Sim, porque ainda precisava ver um último local, este apontado pelo artigo que havia lido: Camley Street Natural Park.
Valeu a visita, queria saber o que era tudo isso. O Google Maps respondeu.
Já estava pronto para ir embora quando vi um local mais alto, uma espécie de plataforma em um local mais alto. Resolvi subir!
Muito bom ver do alto tudo o que havia visto de perto. Agora é hora de ir por um dos caminhos que vi lá de cima, rumo ao metrô.
Na frente da estação, uma imensa gaiola, com turistas brincando. Era a gaiola em que Harry Potter deixava sua coruja, a Edwiges.
A descida das escadas rolantes mostra a realidade dos londrinos, este povo que trabalha o dia todo. Parecia uma cascata de gente.
Até o próximo post.