Barcelona de bicicleta
Chegando quase ao final do passeio em Barcelona, e aproveitando o belo sol brilhando, vou fazer algo que gosto muito: andar de bicicleta. Melhor ainda, já marquei no Google Maps vários pontos que ainda não visitei e pretendo pedalar até ver tudo hoje. Vamos ver se dará tempo.
O primeiro lugar, claro, tinha que ser a praia. Mais, tinha que ser também o primeiro local que visitei quando aqui cheguei.
Platja de la Barceloneta
Barcelona é uma cidade extremamente amigável para quem gosta de bicicletas, há ciclovias em todos os lugares.
Esta da foto passa bem em frente à Sagrada Família, bem lá no fundo.
Passeig de Lluís Companys
Lembro que no passeio que fiz ao Parc de la Ciutadilla, um mapa desenhado bem em frente despertou minha curiosidade. Era o primeiro dia de Barcelona, eu nada conhecia da cidade. Hoje sou um profundo conhecedor (rs), vou ver se entendo o tal mapa.
Que sensação boa, consigo identificar praticamente tudo o que está aqui.
Já comentei que estes mapas no chão ficam bem em frente ao Parc de la Ciutadilla, mas falando mais especificamente, estão bem em um dos extremos do Passeig de Lluís Companys. No outro extremo deste mesmo Passeig, de apenas uma única quadro, está o Arc de Triomf.
Filatelia Filgest
Embora eu tenha marcado no Google Maps todos os pontos que gostaria de ver hoje, gosto de usar todos os aplicativos que tenho à minha disposição para aproveitar mais o passeio. Assim, conferindo o City Walks Barcelona, vejo o passeio Barri Gotic Walk que sugere a Filatelia Filgest, uma das casas mais tradicionais da cidade.
Já colecionei selos em algum momento de minha vida, certamente vale a visita.
Aproveito uma coleção completa de moedas euro para meu cunhado Fernando.
Casa Calvet
Na sequência de locais a ver de bicicleta, mais uma obra de Gaudí, a Casa Calvet.
O edifício de cinco andares, construído entre 1898 e 1900, fica no número 48 da Rua Casp, no Eixample.
Vejo na Wikipedia que muitos dos especialistas na obra de Gaudí consideram a Casa Calvet como a obra mais conservadora do arquiteto. Segundo eles, a explicação está em que, por um lado, Gaudí teve de encaixar o edifício entre outros mais velhos já existentes e, por outro, levar em conta o fato de ficar situado num bairro elegante.
A fachada é de pedra de cantaria de Montjuïc, com destaque para a tribuna do piso principal, decorada com a inicial do sobrenome do proprietário, um ramo de oliveira -símbolo da paz, um cipreste – símbolo de hospitalidade – e o escudo da Catalunha.
Tentei chegar mais perto da entrada, mas como deixei minha bicicleta bem perto, um porteiro reclamou. Mesmo assim, deu tempo de fotografar um pouco.
Sombrereria Mil
Na sequência, uma loja que acaba de comemorar 100 anos agora em 2017, Sombrereria Mil.
A loja fica na Carrer de Fontanella, 20.
Acredito que aqui em Barcelona chapéus fazem muito sucesso. Talvez explique uma loja tão longeva assim. Vale mais alguns detalhes da fachada.
Embora eu tenha pontos marcados para visitar, nada impede um olhar para prédios que chamem a atenção. Não sei exatamente o que funciona neste da próxima foto, mas certamente vale o registro.
Catedral de Barcelona
A bicicleta realmente facilita, tudo fica muito mais perto. Já estou em frente à Catedral de Barcelona.
Fotomosaico El mundo nace en cada beso
Falando em coisas inesperadas, passo em frente a um mosaico de fotos na plaza de Isidre Nonell. Lindo, de uma criatividade incrível.
De longe, um beijo…
De perto, as fotos que formam a bela cena.
Felizmente uma placa explica tudo. O mosaico é composto de fotos doadas por inúmeras pessoas que descrevem momentos de liberdade.
Ah, se é sobre liberdade, dá para prestar mais atenção às fotos em si.
A placa informativa completa a explicação dizendo que tudo foi feito como parte das celebrações do terceiro centenários dos eventos de 1714 em Barcelona.
Eu não sabia que eventos eram estes, felizmente a Wikipedia tem a informação: “O cerco de Barcelona foi uma das últimas operações militares na Guerra da Sucessão Espanhola, entre o 25 de julho de 1713 e o 11 de setembro de 1714, que enfrentou aos defensores de Barcelona e aos soldados borbónicos, muito superiores em número”.
Nada como uma pequena aula de história para entender os motivos das comemorações.
Pastisseria La Colmena
Não dá para falar em tradição em Barcelona sem citar a Pastisseria La Colmena. Famosa por seus doces e bolos, vi uma menção no TripAdvisor falando que a doceria está no mesmo lugar desde 1864. Incrível!
El Gotic
Agora é hora de aproveitar ao máximo a bicicleta, vou percorrer as ruas do Bairro Gótico, apreciando toda esta atmosfera histórica da cidade.
Interessante ver a mistura do velhos, os prédios, e o novo, os grafites e pinturas nas paredes e portas.
Olha só o detalhe das placas nas casas…
… e as ruas mais do que estreitas.
Contraste entre velho e novo é o que não falta por aqui.
Ainda bem que as ruínas são preservadas.
Mesmo as principais ruínas sendo preservadas, os edifícios vão sendo aos poucos comprados por investidores.
Felizmente, sem perder o charme. E espero que seja duradoura esta preservação!
Em todos os cantos, as placas e as portas de ferro.
Cantinho Brasileiro
Aqui no Bairro Gótico uma visita estava em meus planos, um restaurante brasileiro. Acabei de chegar até ele.
Que pena! Mesmo sendo quase meio-dia, portanto dentro do horário de abertura indicado na porta, o restaurante está fechado.
Quando vou sair, ouço alguém falando português. Chego perto e descubro o irmão da dona do restaurante, ele me informa que o local está em obras e abrirá no próximo mês. Ah, perdi a chance.
Quem não perdeu a chance foi justamente este brasileiro. Do nordeste do Brasil, está em Barcelona há dois anos e adora a cidade. Não troca por nada a vida aqui.
É, esta cidade é realmente impressionante. Assim como é um local bem em frente ao restaurante, olha a foto.
Antiga estació de metro de Correus
Um prédio emerge bem em minha frente.
Procuro no Google Maps o nome, é a estação de metrô Correus, uma das estações fantasmas de Barcelona.
Fiquei curioso, claro, e fui pesquisar. O termo fantasma não está ligado a assombrações (rs), mas ao fato de a estação estar deserta há muito e muito tempo. Diz um artigo no jornal La Vanguardia que o tempo parece estar parado lá dentro.
Imponente!
El Cap de Barcelona
Quase em frente, El Cap de Barcelona.
Esta escultura surrealista foi criada pelo artista pop americano Roy Lichtenstein para os jogos olímpicos. Com 15 metros de altura e 90 toneladas, esta obra faz parte de uma série chamada Brushstrokes, encontrada em várias grandes cidades do mundo. A de Barcelona
é feita baseada na técnica de trencadís, marca registrada de Gaudí e por isso mesmo usada por Lichtenstein.
É considerado que Liechtenstein nesta obra representou sete faces diferentes de Barcelona: brilhante, em constante mudança, com muito vento, flutuante e assim por diante. Um desafio descobrir tudo isso olhando o monumento (rs).
La Gamba de Mariscal
Parece que aqui é o local das esculturas … diferentes. Quase ao lado do Cap de Barcelona, bem no Passeig de Colón, encontro um grande camarão, La Gamba de Mariscal.
Curioso, fiz minha pesquisa na Wikipedia. Obra do espanhol Javier Mariscal, foi inaugurada em 1989 e era inicialmente uma espécie de propaganda dos restaurantes desta região. Os jogos olímpicos terminaram, os restaurantes fecharam, inclusive aquele dono desta obra. Depois de muitas discussões sobre fechamentos e retiradas, o monumento ficou e se transformou em um símbolo popular das reformas feitas na zona costeira por conta das Olimpíadas. Em dezembro de 2004 foi restaurada.
Que história!
Monumento a Colón
Tudo isso ao lado do Monumento a Colón, a uma quadra de distância.
Apertando a vista, ao fundo o Castell de Montjuïc.
Edificio Colón
Desde que cheguei aqui, um edifício alto sempre aparece quando vejo a cidade dos muitos mirantes que visitei. Um deles ainda não descobri o nome … até agora. Graças a bicicleta, fica fácil chegar perto.
O Edifício Colón, aqui na Avenida de les Drassanes, tem 110 metros e 28 andares, foi construído em 1970 e foi o primeiro da cidade a superar os 100 metros de altura.
Jardins de les Tres Xemeneies
O bom de usar aplicativos para o deslocamento na cidade é – também – a informação adicional. Meu próximo destino fica a seis minutos de bicicleta, vejo na tela do celular, que também descreve o Jardins de les Tres Xemeneies bem no caminho.
O jardim, estruturado em 1995, era o local da central elétrica de Barcelona Traction, Light and Power Company, limited, conhecida popularmente como La Canadiense – uma das pioneiras da cidade. Da antiga central permanecem as três chaminés fechadas em 1897, 1908 e 1917.
Patisserie Escribá
Após o jardim, o destino de minha pesquisa, Patisserie Escribá.
Em outro post já mostrei uma das duas Escribá de Barcelona, foi nas Ramblas, hoje estou naquela situada na Gran Via. Segundo o Passaporte BCN, foi aqui que a família Escribá começou sua empreitada de sucesso.
O Passaporte BCN também fala sobre a característica marcante desta loja em relação à outra, o grande número de trabalhos artísticos – doces artísticos.
De dar água na boca!
Universidade de Barcelona
Depois de tanto doce assim, nada como um bom café. Sim, mas um café brasileiro! Em minha lista de locais a visitar está o café Sabor do Brasil, o Google Maps aponta apenas 15 minutos daqui.
Claro que vou lá ver, é para isso que estou de bicicleta. Mas antes preciso descobrir o que é este prédio que vejo logo à frente.
Felizmente foi só olhar para o Google Maps que já estava aberto em meu celular, este e outros prédios extremamente bonitos fazem parte da Universidade de Barcelona.
Sabor do Brasil
Agora sim, vamos ao café brasileiro. Quer dizer, quase vamos, já que muita coisa merece fotos no meio do caminho.
Olha só esta próxima foto!
Já passei por aqui outro dia, até fotografei este mesmo prédio. Só que hoje presto atenção também no que está um pouco atrás, a Sagrada Família. Que bom rever esta monumental obra de Gaudí.
Cheguei ao café!
Só que estou quase no limite do tempo de aluguel da bicicleta, nem vou entrar. Mas pelo menos olho o menu na porta.
Por mais pressa que eu tenha, faltam poucos minutos para acabar a diária, não consigo resistir à Torre Agbar…
…e ao Mercat dels Encants.
Puxa, que bom lembrar, estive aqui em meu primeiro dia inteiro de passeio em Barcelona.
Bom, acabei de devolver a bicicleta. Felizmente estou na metade do dia, vou fazer agora outra coisa que estou guardando desde que aqui cheguei, andar nas praias de Barcelona! Só vou para a casa em que estou tirar o tênis, passar protetor solar novamente e já cair na areia (rs).
No caminho para casa, uma amostra de como era este bairro antes das Olimpíadas. Ainda restam algumas casas da grande reforma feita.
Platja de Nova Icària
A primeira praia, a mais próxima da casa em que estou é a Platja de Nova Icària.
As esculturas criativas estão sempre presentes.
Bogatell
As praias são pouco extensas, já estou em outra, Bogatell.
Minha alegria é muito grande por estar aqui.
E não só por andar na praia, mas também por estar – pela primeira vez na vida – bem ao lado do Mediterrâneo.
Claro que já coloquei o pé na água. Mesmo neste dia de calor escaldante, a água está extremamente gelada.
Mar Bella e Nova Mar Bella
Mudou a praia novamente, Mar Bella e logo em seguida…
…Nova Mar Bella.
Besòs
Não é porque estou na praia que não vou olhar do outro lado. Também, é fácil prestar atenção em uma grande torre bem ao lado.
O Trip Advisor apresenta o local, é Torre de les Aigües de Besòs. E o Google Maps complementa, aqui também fica a estação de metrô Besòs Mar.
Lievant
Nem percebi a mudança de praia, agora estou em Lievant.
Eu e muita gente mais!
Os edifícios à beira-mar são impressionantes!
O prédio mais à direita na foto é a Torre da Tefónica, também conhecida como Diagonal ZeroZero.
Esta torre é uma história à parte, conta a Wikipedia. Com 110 metros de altura e 24 andares, terreno da prefeitura de Barcelona e alugado à Telefónica, é um exemplo de arquitetura high-tech. Sua estrutura foi erguida em oito meses, trabalhos de três turnos diários, sete dias na semana, em alguns meses com 450 trabalhadores no local. Ao todo, do início até a entrega, foram dois anos intensos.
Fòrum
Este edifício da Telefónica de fato assinala que estou deixando a região de praias, a região agora fica mais comercial. É por isso que o destaque agora vai para food-trucks britânicos…
… monumentos criativos…
…e até mesmo uma gigantesca placa solar para geração de energia.
Aqui há uma grande marina…
… e uma igualmente grande Decathlon.
Um comentário, esta foto que acabei de mostrar inclui três chaminés, muito parecidas com aquelas que vi hoje pela manhã. O que será? É algo comum em Barcelona? Daqui a pouco pretendo chegar mais perto para tentar entender.
Há uma escadaria enorme aqui, vou descer.
Acredito que ainda não comentei no blog, tenho encontrado muitos gatos pela cidade. Muitos mesmos! Olha ali no canto esquerdo.
Deu para ver? Vou chegar mais perto…
A vista aqui debaixo da linha de grandes edifícios é impressionante!
Bem, tudo aqui vale fotos!
As três chaminés insistem em aparecer nas fotos…
A marina é bem moderna, certamente sua construção teve a ver com as olimpíadas.
E aquela estrutura para captação de energia solar? Qual sua história?
Construída para o Fórum de las Culturas de Barcelona em 2004, esta grande estrutura acabou se tornando um centro de atrações para o turista. Pode-se dizer que estamos em uma extensão da metrópole barcelonense. Com tamanho aproximado de um campo de futebol, gera energia suficiente para abastecer 1.000 famílias e evitando por isso mesmo a emissão de 440 toneladas de dióxido de carbono – tudo isso está escrito na Wikipedia.
Ufa! Vou olhar mais um pouco!
Ah, essa é muito boa. Estou em um local que dá para avistar o outro extremo de praias de Barcelona, olha só a torre do World Trade Center depois da Platja de la Barceloneta. E também a Torre Sant Sebastiá.
Rio Besòs
Ah, agora sim vou desvendar o mistério das três chaminés, cheguei ao limite da cidade de Barcelona. Vejo agora a Platja de Sant Adrià de Bèsos…
…bem na desembocadura do Río Besós no Mediterrâneo.
E do outro lado a cidade de San Adriá de Bésos.
Está tudo no Google Maps.
E na cidade, a Central térmica de San Adriá.
A Wikipedia informa que a central térmica, popularmente chamada de la térmica de las tres chimeneas, era formada por três grupos térmicos de 350 MW cada e funcionou de 1973 a 2011. A central foi desativada, mas a sala de turbinas e as três icônicas chaminés preservadas. Atualmente está em andamento o processo de declaração de bem de interesse cultural local.
Pronto, já sei do que se trata.
Bom, já que estou aqui, vou andar um pouco mais às margens do Río Bésos.
Estou com a pulga atrás da orelha. Há uma espécie de fábrica aqui…
…despejando água com espuma branca no rio…
…não parece água tratada, mas suja. Será que estão poluindo o rio? E o mar? Quero acreditar que não, a Endesa é uma grande empresa espanhola que atua na distribuição de gás natural e na geração e distribuição de energia elétrica…
…o bom senso diz que um povo espanhol na Europa deve ter uma grande preocupação ambiental. Assim espero!
Hora de dar meia-volta, então mais um gostinho das três chaminés…
…e do Río Bésos desembocando no Mediterrâneo.
Para variar, vou voltar não pela beira-mar – por mais tentador que seja – mas por uma avenida mais interna, Av. d’Eduard Maristany. Assim tenho a chance de ver coisas novas, como o edifício modernoso da Escola de Engenharia de Barcelona…
… e mais uma vez o prédio da Telefónica, agora de outro lado.
Museu Blau – Museu De Ciências Naturais De Barcelona
Muito bom passar por este outro caminho, na beira-mar não havia percebido que aqui estava o Museu de Ciências Naturais de Barcelona. É um verdadeiro monumento arquitetônico.
Tanto na foto anterior quanto na próxima, dá para ver que o edifício da Telefónica fica bem ao lado.
Aliás, deste lado o Diagonal ZeroZero fica bem fininho.
Como esperado, fachadas de hotel aqui também são bem impressionantes.
Diagonal Mar
Depois de um dia de muitos lugares diferentes, nada como relaxar indo a um lugar comum, um shopping.
Parece que vale mesmo uma visita, vou entrar.
Inaugurado em 2001, tem três pavimentos e mais de 190 lojas, dentre elas Zara, H&M, Primark e FNAC. Vamos passear!
O andar superior do shopping tem um jardim com uma bela visão dos bonitos prédios desta região cada vez mais valorizada de Barcelona.
Nem é tão tarde ainda, mas estou morrendo de fome. Vou jantar por aqui mesmo!
Olha só o charme do azeite e do vinagre.
Tenho visto um trem de superfície em vários locais da cidade, até agora não usei nenhum deles. Conferindo o Cittymapper, o trem nem é a melhor opção para voltar para casa, embora seja uma válida. É hoje que mato minha vontade!
Pela janela, vejo a Torre Agbar. Estou chegando perto de casa! Vou descansar, ufa!