Havia feito um planejamento para hoje e estou mudando tudo rapidamente – está um vento gelado lá fora. Há um passeio perfeito para momentos assim, vou conhecer a RÉSO – sigla da palavra francesa réseau, rede em português.
RÉSO
Montreal é uma cidade de dois andares, há uma cidade inteira embaixo da terra, são 33 quilômetros (a maior do mundo!) de túneis ligando shoppings, estações de metrô, hotéis, museus, teatros e universidades.
Esta rede existe para que as pessoas não sofram nos meses congelantes de inverno. Nem está este frio todo hoje – para quem mora aqui, para mim está mesmo congelante. Vamos à RESO.
Em um primeiro momento, o app Montreal Underground City mostrou este mapa esquematizado da tal rede.
Ajudou um pouco, pelo menos consegui entender que o metrô Place d’Armes seria um bom ponto de entrada. Mas achei meio confuso, só fui entender realmente a rede quando vi uma dica do Ricardo Freire do Viaje na Viagem para este mapa.
É ainda mais esquematizado, mas por algum motivo achei mais fácil. Talvez por ser mais completo!
Bom, vou entrar no metrô Place d’Armes a partir do Palais de Congrès.
A sensação é muito estranha. Primeiro, estou praticamente sozinho; depois, é um túnel. Mas as placas confirmam que estou no caminho certo, quero ir ao Comlexe Desjardins.
Nossa, que mudança! De um túnel escuro e feito para uma praça interna bonita e bem iluminada. Faz bem até para a alma.
O totem na entrada diz que estou no Complexe Guy-Favreau, é imediatamente antes do Desjardins, meu primeiro objetivo.
Vamos em frente, sempre seguindo as placas.
Outro túnel, outra sensação. Este é mais iluminado e muito mais movimentado.
E a sensação ao sair dele é ainda melhor. Muito melhor!
O Complexe Desjardins é um show à parte!
Aqui há lojas, escritórios e hotel. É o maior imóvel da cidade!
Vamos continuar andando pela RÉSO. A indicação aqui é bem visível, o próximo ponto será a Place des Arts.
De novo, mais uma boa sensação ao sair dos corredores da RÉSO!
Embora ainda seja possível acessar mais alguns pontos a partir daqui por baixo da terra – Esplanade Place des Arts e Musée d’art contemporain – eu só poderia continuar andando a pé se voltasse tudo que já andei. Vou então pegar o metrô, linha verde, sentido Honoré-Beaugrand, para ver outro trecho da RÉSO, os prédios da UQÀM, uma das grandes universidades daqui. Não é possível ir a pé até lá pela RÉSO, como mostra este trecho do mapa.
O corredor até o metrô não é nada bonito!
Pelo menos a placa dá mais segurança, informa que estou no caminho certo.
Não é à toa que aqui o nome é Place des Arts, olha só a beleza da estação!
Cheguei na estação BERRI UQAM. Meio perdido entre tantos lugares para ir, escolho BAnQ Grande Bibliothèque.
É a grande biblioteca pública. Grande é pouco, melhor seria dizer enorme!
Volto para a estação, uma espécie de ponto central desta região, daqui vou ver as instalações da universidade, UQÀM.
No caminho, um brinde. Esta moça está dando um verdadeiro show de violino, ouçam!
Muito bom! Vamos aos corredores da universidade.
Puxa, o páteo interno é bonito demais!
Ah, olha só, aqui também tem aula de Excel (rs).
É tudo muito grande, fico até perdido!
Claro que preciso olhar uma sala de aula com os alunos.
Ou aluno, é tudo meio vazio aqui. Pelo menos nas salas em que olhei até agora!
Pronto, conheci. Vou pegar o metrô novamente, destino é a McGuill, acesso a outra grande universidade.
Hoje pela manhã, antes de entrar na RÉSO, fui entrevistado – é, fui entrevistado em francês! – um repórter perguntou se eu achava o metrô muito cheio. Pego de surpresa, disse que sim. Mas esta foto anterior mostra que nem tanto assim, eles precisam conhecer a linha vermelha de São Paulo (rs).
Aqui na estação McGuill a RÉSO dá acesso a vários locais.
De novo as opções são muitas, não vou negar que fico muito perdido às vezes.
Bom, antes de continuar, melhor tomar uma. Ou um, entrei na Second Cup, outra das tradicionais redes de café do Canadá.
Quando fiz minha pesquisa sobre o país, li alguém falando que uma visita ao Canadá precisa incluir uma visita à Second Cup.
Pronto, missão cumprida!
O passeio subterrâneo continua!
Sempre seguindo as placas, vejo que cheguei às PROMENADES Cathédrale. Que legal, estou bem abaixo da Christ Church Cathedral, igreja em que vi o concerto de violão no domingo passado!
Aqui embaixo não fazia a menor ideia de onde estava, ainda bem que as placas ajudam.
Vamos andando!
Algo que tenho encontrado em tudo quando é canto aqui em Montreal é a loja Dollarama e a cafeteria Tim Hortons. Até embaixo da terra (rs).
Cheguei a mais um ponto de destaque da RÉSO, la Baie.
Dou uma olhada rápida – parece tudo shopping, muitas lojas, serviços e locais de alimentação – continuo a caminhada rumo a um próximo ponto de destaque, Place Ville Marie.
Não falei que está cheio de lojas de alimentação? No primeiro plano da foto, Aux Vivres, de comida natural vegetariana; mais ao fundo, um café simples e muito movimentado. Qual será o segredo para atrair tanto público?
Confesso que estou meio perdido neste momento, são vários os corredores e não vejo placas de orientação.
Ah, mas vejo uma loja vendendo sapatos brasileiros!
Brasilsilsil!
Os corredores da RÉSO nesta região são muito mais bonitos e agradáveis do que aqueles do começo do passeio.
Continuo olhando as placas, senão fico completamente perdido. Meu próximo destino agora é a Gare Centrale.
Puxa, como era de se esperar, uma estação enorme.
É bom eu já conhecer o local, daqui alguns dias estarei aqui com destino à Toronto. Vou de trem!
Há um amplo espaço com lojas e restaurantes, Les Halles de la Gare.
A estação em si é mesmo um show!
Próximo destino, Place Bonaventure.
Aqui no post é tudo muito rápido, mas demoro um pouco para chegar a outro ponto de referência da RÉSO, Le 1000 de la Gauchetière.
Preciso consultar um mapa correndo, quero entender um pouco melhor estes nomes: Gauchetière (ah, é o nome de uma rua); Le 1000 (o nome de um shopping) e Bonaventure (shopping e praça).
Nossa, depois de entender um pouco mais, levo até um susto com o que vejo pela frente. É de uma beleza … prateada e luminosa, na falta de palavras melhores.
Bonito, mas – de novo – estou meio sem rumo. Acabo escolhendo meu próximo destino meio sem um motivo exato, vou para o Palais de Congrès.
Neste ponto a RÉSO é menos subterrânea, a sensação é melhor.
É inacreditável. Um corredor enorme, largo, acarpetado – carpete extremamente limpo!
E uma bela vista dos arranha-céus da região.
As placas indicam a direção certa!
Neste ponto, tenho a sensação de estar em um luxuoso hotel. Ou shopping. Olha a beleza dos corredores.
E o bom gosto visual! Moderno! Meio futurista! E tudo embaixo da terra!
Falando em criatividade, vejam só a ideia de uns quadros aqui. Uma imagem maior …
… e várias janelas detalhando partes da história que as obras contam!
Criativo demais!
Criativo e estimulante visualmente!
Mais um ponto de dúvida, há uma bifurcação!
Palais de Congrès, é em frente! Vamos lá!
Ah, cheguei ao Palais de Congrés. Estive aqui ontem!
Fica aqui também a estação Place d’Armes, local em que comecei o passeio. Então, pronto, terminei. Ufa! Que aventura! Que sensação boa ter andado por grande parte da RÉSO de Montreal.
Old Port
Foi bom ter conhecido a RÉSO, mas é ainda melhor andar ao ar livre. Mesmo com um frio e ventos ainda intensos, há sol e a sensação é muito bom. Libertadora! (rs).
Vamos ver os prédios imponentes da velha Montreal. Primeiro, o Palais de Justice.
Do outro lado da rua, um pouco mais à frente, Quebec Court of Appeal in Montreal e suas colunas majestosas.
Não resisto, preciso chegar mais perto!
Parece que está fechado o local, mas há uma porta aqui. Vou arriscar!
O segurança faz cara de quem não gostou, informa que o prédio está fechado. Pergunto se pelo menos posso tirar uma foto. Ele concorda, fazendo cara de má vontade!
Nem liguei para a cara do segurança. Até porque valeu ter visto a beleza e imponência do salão de entrada do prédio.
Vou até registrar a foto, já que minha tia Elisa e minha esposa gostam de portas :).
Atravesso a rua novamente, estou nos jardins em frente ao Édifice Lucien-Saulnier, usado hoje pela prefeitura da cidade.
Os prédios no entorno são tão majestosos quanto este da prefeitura!
Este, bem em frente ao prédio da prefeitura – City Hall – é um caso à parte.
Viram o nome? Rodízio Brasil! Pois é, olha o Brasil aqui novamente. Vou atravessar a rua novamente e olhar de perto!
O prédio é de 1800, diz a placa!
Só não entendi este anúncio em vermelho, o local está para alugar.
Só se for a parte superior!
Ao lado do City Hall, a Vauquelin Place.
Detalhes importantes da praça:
- Esta fonte é interativa, com música e show de luzes
- O piso do local é aquecido, facilitando visitas no inverno
- Aqui foi feita uma cena do filme X-Men: Days of Future Past
Vamos ver mais uma foto.
Estranho é ver a fonte vazia. Será que está em reforma?
À esquerda da fonte, mais uma foto da City Hall.
E à direita, outro prédio usado pela prefeitura.
O prédio da prefeitura é aberto para visitas públicas, mas … acabou de fechar agora em 2019 para reformas. Previsão de retorno em três anos! Pode isso?
Um pouco frustrado, fico andando para lá e para cá, olhando os prédios pelo lado de fora.
Vou descer um pouco a Rue Gosford em direção ao Champ-de-Mars.
Este é o Municipal Court.
Esta é a parte de trás do City Hall, bem em frente ao Champ-de-Mars.
Vou até fazer uma selfie para registrar a visita!
Minha vontade de ter entrado na City Hall continua, volto para ver um pouco mais a frente do prédio.
Este é o prédio da prefeitura à direita da fonte interativa que mostrei há pouco.
Olha a porta, de novo em homenagem à minha tia e a minha esposa.
Em frente, Château Ramezay.
Usado hoje como museu, este prédio tem mais de 300 anos.
Ao lado, Nelson’s Column.
É uma homenagem ao almirante Horatio Nelson após sua morte na batalha de Trafalgar. Não entendo o que é este momento histórico, mas vamos a uma foto de frente!
Típico de turista que não entende exatamente o que está fotografando (rs).
Ah, mas entendo de lugares bonitos. Em frente ao monumento, a Place Jacques-Cartier.
A praça funciona como uma entrada ao Old Port de Montreal.
Descendo, a vista do City Hall fica ainda melhor!
Descendo mais e virando à esquerda, Rue Saint Paul.
Ao fundo da foto, Marché Bonsecours e Notre-Dame-de-Bon-Secours Chapel.
Mais perto agora o Marché Bonsecours, que está fechado agora. Quero ver se volto outro dia!
Em frente ao Marché Bonsecours, um restaurante/beco que chama a atenção pelo bom gosto!
Uma foto do Marché Bonsecours ao lado de um ícone da cidade, La Grande roue de Montréal.
Andando, chego em frente à Notre-Dame-de-Bon-Secours Chapel.
Esta é uma das poucas igrejas que conheço que a parte de trás é tão bonita, ou até mais bonita, do que a parte da frente!
Já a duas quadras de distância da igreja, o Sir George-Étienne Cartier National Historic Site. Segundo a Wikipedia, Sir George-Étienne Cartier foi um grande advogado e político canadense de sua época.
Pena que este caminhão ficou bem na frente do museu, atrapalhou!
Este é o Gare Viger, um prédio histórico restaurado e usado hoje para fins comerciais.
Entrei para ver, está acontecendo uma aula de yoga (rs)
Esta é a Place J.-Ernest-Laforce, com uma das primeiras street art que vejo em Montreal. Até que enfim!
Hoje na RÉSO vi algumas referências a CHUM, acabo de descobrir agora que trata-se do Centre hospitalier de l’Université de Montréal.
Para uma das últimas fotos, a estação de metrô Champ-de-mars que vou entrar agora e ao fundo a City Hall.
Ah, a vista da City Hall aqui é bem bonita, merece uma sem o metrô!
Foi bom ter me afastado um pouco da entrada do metrô, vejo uma instalação criativa da prefeitura de cidade chamada Citoyennes Inspirantes.
Não me arrisquei a ver quem são os cidadãos inspirados, estou cansado e ansioso para meu merecido repouso do dia.
Claro, sempre há tempo para ler as últimas no jornal Metro no celular!
Até amanhã!
Muito estranho esses caminhos embaixo da terra, meio claustrofóbico. Deu aflição. Gosto de vento e céu.
Bia, não vou negar. Em um momento ou outro, também senti uma certa angústia. Mas o pessoal aqui parece que nem pensa no assunto, simplesmente aproveita estes caminhos subterrâneos. Que coisa, não?
Nossa, que passeio! No começo achei meio claustrofóbico, mas depois melhorou.
Foi neste dia de ventania que você foi parar no poste!!!! rsrsrsrs
Gostei!
Não vou negar que fiquei aliviado quando voltei à superfície. A sensação na RÉSO é mesmo meia estranha.
Verdade, foi o dia de um vento muito forte, nem mencionei aqui no blog. Eu literalmente fui jogado contra um poste, nunca havia acontecido isso comigo!