Hoje é dia de Tous a l’Opéra, um programa em que 100 óperas europeias famosas abrem suas portas ao público. Claro que vou à l’Opéra Garnier, um dos prédios mais bonitos que já vi por aqui – do lado de fora. Hoje vou entrar.
Enquanto caminho, minha mulher não me deixa esquecer de seu presente – um dos vários prometidos :-).
E assim, tenho notícias de minha mulher via WhatsApp, chego à l’Opéra.
Eu já havia olhado um pouco este prédio, mas hoje estou prestando muito mais atenção. Que coisa bonita! Preciso entrar!
Aqui a meu lado agora, parada na frente desta escada, está uma americana. Ela não consegue sair do lugar, só ficando olhando a escada dizendo “Oh, my god! Oh, my god!”.
E ela nem olhou para cima ainda, senão vai cair de costa. Olha só o que está no alto destas escadas.
Vou deixar a americana aqui, quero continuar o passeio (rs).
Entro em uma galeria muito inspirada, há quadros e maquetes registrando cenas das óperas mais famosas encenadas aqui.
Falei que havia quadros e maquetes. De fato, agora é que chego na galeria das maquetes, fotografei apenas uma.
Fico pensando na expressão daquela americana quando ela chegar nesta sala em que acabei de entrar. “Oh, my god!”
Preciso tomar um fôlego, vou olhar a parte externa. A vista aqui de cima também deve ser muito bonita.
Algo que não canso também de admirar é o quanto a tecnologia tem me ajudado neste passeio. O Google Maps mostra não só o mapa da região…
… como também o interior da Opéra.
Fica muito fácil passear assim! Que bom!
Mas o melhor mesmo é tirar o olho do celular, senão vou ficar parecendo aqueles adolescentes que nem conversam na mesa (rs).
A Opéra Garnier também é um ponto de shows urbanos, vários artistas se apresentam nas escadarias. Agora mesmo um deles está cantando aqui.
Tudo muito interessante, mas melhor voltar ao passeio no interior da Opéra.
Há várias janelas aqui que permitem observar outros ângulos de Paris. Não resisto.
Confesso que às vezes – sempre (?) – fico meio perdido, não sei se olho dentro ou fora.
Como hoje não é dia de espetáculo, não é permitido o acesso do público à plateia. Felizmente uma das portas está aberta e é possível pelo menos olhar de cima. A foto ficou um pouco escura, mas dá para ter uma ideia.
Fiquei tão entusiasmado com tudo o que vi que precisei abrir a Wikipedia em meu celular para ler um pouco mais sobre o local.
Depois desta resposta do Garnier, melhor encerrar o passeio.
Li em algum lugar que a Opéra Garnier é um local tão nobre que houve resistência na época da construção do metrô por aqui. É por isso que a estação não é igual às outras, a entrada é bem mais monumental, combinando com a Opéra.
De fato, esta região aqui é cercada de pontos turísticos. Estou bem ao lado do Louvre e da Comedie Française, uma famosa sala de espetáculos. O Google Maps confirma!
Assim como havia artistas na frente da Opéra, a frente da Comedie Française é um ponto de atividades. Há uma animadíssima jazz band tocando por aqui, preciso ouvir!
Bem ao lado, a estação de metrô Palais Royal. Diferente, é uma obra de arte contemporânea chamada Le Kiosque des noctambules. Com esferas de alumínio e cristais de murano, foi instala em 2000 pelo artista plástico Jean-Michel Othoniel, conforme informa a Wikipedia em meu celular.
Assim que vi esta estação tão diferente, já entrei no TripAdvisor para ver o que outras pessoas falavam.
Continuando o passeio aqui, está o Hotel du Louvre, também absurdamente bonito.
Ainda caminhando na região, bem ao lado do Hotel du Louvre, outro imóvel imponente desperta a atenção. É o Conseil d’Etat.
Já havia visitado algumas passagens cobertas aqui em Paris, acabei de encontrar outra agora. E bem próximo ao Louvre.
Não me canso é da criatividade das pessoas… Olha só o que foi pichado em um muro aqui na minha frente.
Embora não tenha comentado ainda, estou caminhando em direção à maior sala de cinema de Paris, Le Grand Rex.
Cheguei!
A sala pode acomodar até 2.700 pessoas. Uau!
O cinema foi feito tendo como modelo o Radio City Music Hall de New York. Le Grand Rex é um dos últimos locais míticos do cinema, seja na França ou mesmo na Europa, não só por sua história mas também por sua arquitetura e decoração.
Estou pronto para a próxima visita de hoje, cimetière du Père-Lachaise. Não é exatamente um lugar que faço questão de ir, afinal é um cemitério. O fato é que este é um dos pontos turísticos famosos de Paris, então … eu vou!
Faltando chegar uma quadra para a entrada do cemitério, o comércio de rua já aparece. Sim, aqui é um local de muitos turistas, um bom lugar para a venda de lembrancinhas.
A entrada principal já mostra os turistas.
Por que o cemitério é famoso? Porque há várias pessoas famosas com túmulos aqui. Logo na entrada, a relação dos túmulos e um mapa do cemitério.
Fotografo a lista e saio à procura dos tais túmulos famosos.
Deixando de lado meu desconforto por estar em um cemitério, que não é exatamente um lugar para passeios, começo a olhar a beleza das obras. É, algumas são de fato muito bonitas.
Mesmo instalações como crematório e capelas valem uma espiada.
Como o cemitério está em um lugar alto, vale apreciar também a vista. Dá para ver a sempre presente Torre Eiffel…
… e a Tour Montparnasse.
Estou agora na frente de uma grande torre, parece uma chaminé. Não consigo descobrir o que é, mas a bela escultura na lateral chama minha atenção.
Não dá para negar que vale a visita a um cemitério como este, olha só o que estou vendo agora.
Certamente esta pessoa gostava muito de cachorros.
Chego ao crematório.
Ao lado fica o Columbarium, com as urnas das primeiras incinerações.
O ajuntamento de pessoas à frente certamente indica a lápide de alguma personalidade.
Mais um…
Também chama a atenção este túmulo, deveria ser um casal bem apaixonado.
Algo que facilita muito a visita ao cemitério é a boa sinalização de ruas e avenidas. Consegui achar até agora tudo o que procurei.
Um ponto negativo é o vandalismo. Incrível, mesmo este sendo um cemitério bastante visitado, há vários lugares saqueados aqui.
Mais lápides de personalidades: Honoré de Balzac, Yves Montand e Marcel Proust. Ah, a última lápide da sequência de fotos abaixo não é de alguém famoso – pelo menos que eu conheça, mas achei a escultura extremamente interessante, vale uma foto.
Minha mãe era espírita, sinto uma emoção especial ao chegar ao túmulo de Alan Kardec.
A inscrição no alto representa a essência do espiritismo: “Nascer, morrer, nascer de novo… progredir sem cessar… é a lei”.
O cemitério é tão grande que muitas vezes preciso da ajuda do Google Maps. Dá para acreditar, GPS para andar em um cemitério?
Mesmo com tanto para ver, faço questão de aproveitar os lugares mais altos para uma boa vista da cidade. Estou vendo agora o Pantheon e a Tour Montparnasse.
Estou agora em frente a um espaço com a inscrição La Mémoire Nécropolitaine. Não entendi exatamente o que significa, felizmente há ao lado um QR Code. É um código que podemos escanear com um aplicativo próprio e entender o significado.
Felizmente também tenho o aplicativo em meu celular, Lecteur QR. Foi só escanear o código para ver a página do site aparecer na tela.
La Mémoire Nécropolitaine é uma associação cultural cuja proposta é dar um futuro a nosso passado – nossa, que frase bonita esta – guardando através de imagens o patrimônio dos cemitérios. O texto diz que até este momento há 195.000 fotos. Uau!
Às vezes as aparências enganam. Procuro agora a última lápide, é do Jim Morrinson, do grupo The Doors. Vejo um grupo de pessoas à frente e concluo que é ali o local.
Não é, trata-se de um grupo interessado em uma lápide específica. Ninguém mandou eu dar uma de esperto (rs). Andando um pouco mais, acho a lápide do Jim Morrison.
Para minha surpresa, não havia um único turista. Eu esperava encontrar uma multidão, afinal acabava de ler na Wikipedia que a lápide foi até cenário de um curta-metragem em 1986.
Vai entender. Talvez eu tenha chegado em um momento de pouco movimento.
De qualquer forma, chega de cemitério. Embora eu esteja um pouco cansado, afinal andei muito até agora, tenho que aproveitar a região e visitar dois outros pontos imperdíveis, segundo o TripAdvisor. O primeiro é a imperdível rue de Belleville. Vamos lá!
No caminho, bem na frente do cemitério, uma cena muito comum em Paris, uma fonte de água potável.
Cheguei à rue de Belleville.
Em um primeiro momento, pareceu apenas mais uma rua movimentada. Mas a primeira travessa à direita, rue Denoyez…
… explica porque a região merece uma visita.
Voltando à rue de Belleville, a sensação é muito boa. Não só pelos restaurantes e produtos orientais … às vezes lembra um pouco Chinatown de Nova York …
… como também pela criatividade que permeia tudo por aqui.
O clima aqui é mesmo de muita cultura. Nesta próxima esquina há um café/bar/restaurante/livraria – não sei bem exatamente o que é (rs) – com uma área externa para conversas aparentemente de altíssimo nível.
Parece que todos respiram cultura por aqui.
Falta um único passeio para hoje, é uma visão de Paris do ponto mais alto da região. São apenas 8 minutos de caminhada, informa o Google Maps. Meio que me arrastando (rs), já que estou cansado, faço questão de ver.
Cheguei meio de mansinho, gostei da primeira impressão, mas nada que se destacasse.
Continuo andando, vejo que estou no Parc de Belleville…
…quando tenho uma enorme surpresa.
Como diria a americana que encontrei no início do dia, lá na Opéra Garnier, “Oh, my God!”
Se não bastasse tudo isso, a visão de Paris daqui de cima é realmente incrível.
Melhor ainda, no lugar em que estou apreciando a paisagem há um esquema criativo indicando o que estou vendo.
Ufa, um término de dia perfeito! Não resisto a uma última olhada na paisagem aqui do alto e até no Google Maps, para ter certeza de onde estou.
Para terminar o post, o mapa dos pontos do dia.
” Oh, my God!!!!!!”
” Oh, meu Deus!!!!!”
” Oh, mon Dieu!!!!!”
” Oh, mein Gott!!!!”
Esta Cecília está ficando cada vez mais inspirada :-).