Antes de viajar, fiz um curso de alemão pela Deutsche Welle e em uma das aulas o assunto foi a Linha 100 de ônibus em Berlim. É uma linha que passa pelos principais pontos turísticos da cidade, resolvo fazer o passeio hoje.
Embora tenha pesquisado o caminho no Google Maps, erro a estação de metrô. Eu até poderia voltar e continuar a viagem, mas o mesmo Google Maps mostra agora meia hora de caminhada para chegar ao ponto inicial da linha. Não tenho dúvidas, vamos caminhar.
O bom destes imprevistos é conhecer locais … imprevistos. Olha só a beleza dos apartamentos.
Continuando a caminhada, um imprevisto ainda melhor: meu primeiro contato com o Rio Spree, o rio de Berlim.
Tem mais: relógio de rua diferente…
… o imponente Hotel Hansablick …
…e uma cena que me fez lembrar as eternas discussões em São Paulo. Aqui a solução para passar a ciclovia foi estender a faixa de estacionamento sobre a calçada. Altamente desconfortável para os motoristas, mas aparentemente o sistema está funcionando.
Bom, vamos deixar este assunto de lado. Continuando a caminhada, mais água. Só que agora não do Rio Spree, o Google Maps informa que é o Landwehrkanal.
O mapa também aponta que estou chegando ao Ônibus 100. É isso mesmo, cheguei!
A viagem vai começar. Uma das primeiras atrações é bastante familiar, Berliner Morgenpost.
Antes de vir para cá, li este jornal todos os dias em meu tablet. Tenho agido assim em todas as viagens, fico mais preparado para o que está acontecendo na cidade.
Prestando atenção no passeio, vejo a Fernsehturm lá na frente. É a torre de TV de Berlim, um dos locais mais visitados pelos turistas.
As atrações continuam ao longe, fico com mais vontade ainda de vê-las de perto. O que farei nos próximos dias. Vejo o Portão de Brandenburgo…
… de outro ângulo mais uma vez a Fernsehturm …
… agora também a Catedral de Berlim…
… em novos ângulos os mesmos locais…
… o Lustgarten, que é um parque hoje e já foi um jardim particular…
…a Igreja de Santa Maria de Berlim, ou St. Marienkirche em alemão – que é mais chique 🙂 – passando também pelo Rio Spree, se meu senso de direção não estiver errado…
… e para terminar a viagem de ônibus, St. Marienkirche e Fernsehturm juntas.
Cheguei! E já com duas boas surpresas. Primeiro, uma espécie de bonde elétrico. Eu já havia experimentado ontem o trem, o metrô e ônibus, faltava esse. Bem, ainda falta, porque não vou precisar de transporte agora, mas pelo menos eu já vi. E gostei!
A segunda surpresa é está propaganda inusitada. São pernas femininas de cabeça para baixo com sapatos mergulhadas em flores. As frases dizem “inacreditável”, “grande marca”, “preços inacreditáveis”, tudo para descrever a Trimaxx, uma espécie de loja de departamentos aqui – e em vários outros lugares da Europa. Criativos eles, não?
Finalmente a famosa Alexanderplatz.
Algo me intriga, está sossegado demais. A Fernsehturm me dá a certeza de que estou mesmo na Alexanderplatz, ou Alex, como diz o pessoal aqui. Mas estou cismado, confiro no Google Maps.
É, estou mesmo no lugar certo, vamos caminhar.
As três fotos acima mostram a Fonte da Amizade Internacional. Construída em 1970 durante a remodelação da praça, tem 23 metros de diâmetro.
Em outra ponta da praça encontro o Urania-Weltzeituhr, um grande relógio que mostra os nomes de diversas cidades do mundo com as suas respectivas horas.
E não é que agora são mesmo 7 horas no Brasil? Este relógio funciona mesmo!
Vamos andar mais.
Estas três fotos abaixo foram tiradas do alto de uma escadaria que levam ao Menschen Museum.
A torre de televisão se faz notar em todos os ângulos.
Esta abaixo é uma das fontes mais antigas de Berlim, a Neptunbrunnen – Fonte Netuno. Com 18 metros de diâmetro e 10 metros de altura, seu centro mostra o deus romano Netuno e quatro mulheres à sua volta representando os quatro principais rios da Prússia: Reno, Elba, Vístula e Oder.
Desenhada por Reinhold Begas, a Neptunbrunnen foi inaugurada em novembro de 1891 e originalmente ficava na Praça do Palácio, em frente ao Palácio de Berlim (hoje em dia uma área praticamente vazia ao lado da Catedral de Berlim). O palácio foi demolido em 1951 e a fonte removida. Como sofreu danos de guerra, foi restaurada e colocada em 1969 entre a Fernsehturm e a Rotes Rathaus aqui na Alexanderplatz.
Ao fundo da foto acima da fonte de Netuno aparece a Catedral de Berlim.
Esticando a vista além da fonte aparece a Rotes Rathaus, o prédio da prefeitura.
Parece imperdível, preciso chegar perto.
Com sua fachada imponente e marcante, a Rotes Rathaus – ou Prefeitura Vermelha – é um dos cartões-postais de Berlim. Sede da prefeitura e câmara de vereadores de Berlim, é chamada de vermelha não por razões ideológicas (rs), mas por conta de seus tijolos vermelhos.
Desenhada por Hermann Friedrich Waesemann em estilo neo-renascentista, a Rotes Rathaus foi construída entre 1861 e 1869. Este prédio monumental tem quase 100 metros de largura e sua torre mede 74 metros de altura. Na altura do 1º andar tem um friso chamado de “crônica de pedra”, com 36 relevos em terracota que mostram acontecimentos da história de Berlim e Brandenburgo do século XII até 1871.
Melhor andar e ver outros pontos importantes na região.
Bem em frente encontro a St. Marienkirche, ou Igreja de Santa Maria de Berlim.
Não se sabe ao certo a data da construção do templo, mas a igreja foi citada pela primeira vez em 1292 e presume-se que ela foi erguida no início do século XIII. Originalmente um templo católico, foi convertida ao protestantismo durante a reforma protestante. Junto com a Nikolaikirche (Igreja de São Nicolau), a Marienkirche é uma das igrejas mais antigas de Berlim.
Estas informações não estão na porta da igreja (rs), encontrei tudo na internet.
Bom, embalados por esta aula de história, vamos então à outra igreja tida como uma das mais antigas – senão a mais antiga – de Berlim, a Igreja de São Nicolau. Fica bem próximo daqui em uma área que parece especial dentro da cidade, a Nikolaiviertel.
Nikolaiviertel parece uma pequena cidade medieval, fica às margens do rio Spree e está bem próxima ao local em que estávamos há pouco. É um prato cheio para quem gosta de lojinhas, cafés e restaurantes. É uma das principais atrações de Berlim tanto para turistas quanto para berlinenses.
Bem no centro está a Nikolaikirche, ou Igreja de São Nicolau, para alguns a igreja mais antiga de Berlim. Vem dela o nome Nikolaiviertel. Construída entre os anos de 1230 a 1250, seu nome é uma referência a São Nicolau, tido como o padroeiro dos navegantes e comerciantes. Hoje a igreja funciona como um museu, conta a história da construção e o papel da igreja no desenvolvimento da cidade.
Pode-se entrar na igreja até um certo ponto sem comprar ingresso, local suficiente para vermos o salão da igreja e tirarmos tirarmos algumas fotos. Comprando os ingressos você recebe áudio-guides que contam a história (em várias línguas, mas ainda não o português) e pode andar pela igreja toda. Eu me contentei apenas com a visita gratuita (rs).
Vamos continuar o passeio pela Nikolaiviertel.
Talvez agora seja um bom momento para visitar a Catedral de Berlim, vamos para lá. No caminho uma galeria pede uma foto.
Aqui nesta galeria, pensei melhor. Já que estou aqui, melhor visitar a Fernsehturm de uma vez. A vista lá de cima deve ser um espetáculo.
Claro, ninguém é de ferro. Na Alexanderplatz, aproveito para comer a famosa salsicha alemã.
Como eu esperava, há uma boa espera para visitar a torre de TV. Felizmente, espera não significa fila. Cada ticket comprado tem uma numeração, é só esperar no painel sua vez e ir para a entrada. Que respeito ao turista!
Esperei bastante, quase uma hora. Mas finalmente chega a hora de subir.
Tudo muito bem feito. A cada janela uma bela visão e algumas explicações.
Estas duas últimas fotos têm um detalhe que gostei bastante, a sombra da Fernsehturm – majestosa e sempre presente!
Vamos andar pela torre.
Estas três últimas fotos mostram regiões mais familiares, já que acabei de passar pelo local. É bom ver a prefeitura daqui de cima.
Daqui de cima também vejo uma espécie de ruína. Berlim tem muito o hábito de preservar memórias de guerra, principalmente para nunca esquecermos das atrocidades. Já estou terminando o passeio aqui em cima, vou descer e ver de perto.
São as ruínas de uma igreja, Klosterkirche. De fato estão aqui para que todos se lembrem da guerra.
Do outro lado destas ruínas, uma última foto da Fernsehturm. Afinal, está ficando tarde e preciso ir embora.
Ah, antes, sei que aqui perto há o Marx-Engels-Forum. Preciso passar por lá em homenagem ao Thiago. O local está em reforma para a construção de uma nova estação do metrô, mas a estátua com os dois está em um canto esperando o local definitivo.
Antes da estátua, torres com fotos representando momentos de revolução.
Termino o post com os lugares visitados até agora. Até o próximo.
UAU!!!!!
Já estou sem palavras….rio, prefeitura, igrejas (que você deveria ter entrado )…
Que lugares lindos!!!!! A vista lá do alto… Muito bonita!
O que mais me emocionou foi a igreja destruída na 2ª guerra…história pura Berlim…
Quando eu for, só vou comer batata!!!!
Continue assim, você vai indo bem…rsrsrsrs..
Guten Nacht und Küsse ❤️
Liebe Fraue Cecília, poliglota Cecília, estou ansioso para voltar um dia aqui com você e comer as batatas. E entrar nas igrejas, e tudo mais o que você merece.
Lindas paisagens! Berlim é uma cidade plana (não fazia ideia) e acho que por isso as construções ficam muito mais imponentes. Adorei. Espero passear bastante amanhã. bj
Bia,
Pensei nisso ontem, a cidade plana explica também porque há tantas bicicletas.
Um beijo e até amanhã!