Abril, 30 (15/28) – Museu em fazenda, Museum für Naturkunde, Jüdisches Museum Berlin, Deutsches Technikmuseum

001Casa típica na região do museu Domäne Dahlem

Hoje é o terceiro e último dia de validade de meu Museum Pass Berlin , fiz uma lista de museus possíveis, o primeiro é Domäne Dahlem. É um museu diferente, fica em uma fazenda. É uma fazenda que fica ainda nos limites de Berlim, o museu fala de produção agrícola, frutas, verduras. Fiquei curioso pelo fato de ser uma fazenda, então vou lá ver.

Gostei da escolha, o lugar vale a visita. Olha só o que vejo enquanto estou subindo as escadas para sair da estação do metrô.

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O meu passe de museus vale só parcialmente aqui, é preciso primeiro pagar a entrada na fazenda. Nem é muito, apenas 3 euros, mas a moça que está me orientando agora olha bem em meus olhos e fala que as atrações no museu são para crianças.

Entendi a mensagem, resolvi não entrar. Vou apenas tirar uma foto à distância.

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Valeu a visita? Claro! Olha que lugar agradável, acredito que poucos turistas que visitam Berlim conhecem esta região. Que é linda! É … bucólica!

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A própria entrada da estação de metrô mostra esta região do interior. Veja outra foto dela, agora do lado de fora.

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Ou dos bancos lá dentro, bem diferentes, parecem até meio … indígenas.

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Conto meu primeiro caso deste post, é sobre os bancos. Ninguém senta neles, mas não vou contar o motivo, fico meio constrangido de falar isso em público e por escrito. O banco do meio pode ajudar a entender. Se alguém quiser, eu conto pessoalmente.

Próximo museu, Museum für Naturkunde. A ironia é que passo por ele quase todos os dias, a linha U6 de metrô que vai para a casa em que estou passa por lá. Sempre tive curiosidade de conhecer a região, hoje é o dia.

Preciso contar outro caso. Bem aqui no metrô escuto um casal conversando em português. Não me faço de rogado, me aproximo e entro na conversa. Ela é paraibana, veio para cá, conheceu um alemão que propôs casamento. Resultado, ela está aqui há 15 anos, casada, mas – olha só – sem ainda conseguir falar alemão direito. 

É, esta língua é mesmo um desafio. A paraibana já fala muito bem o dia a dia, não tem qualquer problema. Mas ela quer se sentir mais fluente, aí é que está o problema. Bem, pelo menos fico mais tranquilo com minha dificuldade no idioma.

Ah, ele me deu o cartão. Se precisar, já tenho a quem recorrer!

Voltando ao passeio… os prédios na rua já definem o tipo de lugar em que estou.

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Esta é uma parte da Humboldt-Universität., o museu que visitarei também é, mas logo em seguida.

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O prédio é tão bonito que vale uma foto de frente.

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Uma curiosidade, faz tempo que estou para comentar. A maior parte dos museus não permite a entrada com mochilas, então há um lugar com armários para você guardar a sua. Interessante é que porta só fecha se você depositar uma moeda de 1 euro na parte indicada na foto.

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Aí, quando você volta e abre o armário, a moeda cai na caixinha na parte inferior da porta e você a pega de volta. Não me canso de ver estas facilidades.

Ah, como os museus são mais quentes que a rua, há sempre um lugar para você pendurar seu casaco – ou casacos, conforme o frio que estiver fazendo. Se você quiser, pode deixar os casacos também neste armário. É o que eu faço!

O museu em si é grandioso, assim como o Brachiosaurus da foto.

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Com 15,5 m de comprimento e 13,27 m de altura e tão pesado quanto 10 grandes elefantes, este esqueleto é o maior já montado no mundo. Veja uma foto de corpo inteiro.

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Para matar a curiosidade, umas crianças estão vendo um vídeo em um monitor aqui, eu fotografo o que teria sido este Brachiosaurus quando vivo.

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A foto a seguir não é de um dinossauro, mas de alguém que está muito vivo (rs).

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As instalações do museu são impressionantes e belas.

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Há aqui uma combinação do antigo e do novo, a multimídia é muito usada para explicar o passado. Estou em uma sala em que uma grande tela circular vai subindo e contando a história de evolução da Terra. Deitados em um grande sofá ficam os visitantes do museu, acompanhando. A tela sobe e desce.

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Estou subindo esta escada mostrada na foto acima para ver o andar em que as pesquisas no museu são feitas.

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Na descida, consigo ter uma melhor ideia do funcionamento daquela tela circular que sobe e desce. Faltam 14 minutos e 20 segundos para começar a próxima sessão.

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A sala em que entro agora é a do Tristan, a grande atração do museu.

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O Tristan é tão ligado ao museu que vi em um café lá fora uma frase como depois do Tristan, que tal um café? O pessoal não perde tempo.

Vemos a importância do Tristan inclusive na parte multimídia. Na porta da sala há algumas orientações para você se conectar por WiFi ao museu e e ter uma bela de uma apresentação do tiranossauro rex – é verdade, ainda não havia dito que é um tiranossauro rex – enquanto visita a sala.

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O museu é completo, há muitas espécimes aqui. Este abaixo na foto à direita é um lungfish, em inglês, ou peixe pulmão, em português. Dá para acreditar que ele existe há 400 milhões de anos? O museu o chama de fóssil vivo, não é para menos.

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Está tudo muito bom, mas realmente é hora de ir ao próximo museu do dia, Jüdisches Museum Berlin. Pelo que já li, o museu promete – até para quem não gosta muito de museus, como eu.

A ida até lá, entre metrôs e caminhadas, é sempre um oportunidade para boas fotos e um bom almoço, afinal é preciso alimentar o corpo e não só a alma.

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O prato na imagem anterior é um falafel com …. bem, não sei, não consegui entender o que dizia o cardápio. Pior é que o cozinheiro-garçom-balconista-caixa e provavelmente dono do bar – ele faz tudo – foi perguntando se eu queria isso, queria aquilo, eu fui concordando sem saber exatamente com o que eu concordava. Não importa, eu sabia que iria gostar. E gostei muito!

Chego em frente ao Jüdisches Museum Berlin, o prédio inspira.

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Olha só, aqui dá para ver aquele balão de outro dia, aquele em que ninguém queria subir. Está em algum post de alguns dias atrás. Hoje deu movimento (rs).

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Jüdisches Museum Berlin tem um belo hall de entrada, com café em uma magnífica área coberta. Eu não falei que a visita prometia?

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Eu esperava muito do museu, mas não sabia que seria tão diferente assim. De linhas modernistas ou futuristas, não sei exatamente como chamar, confesso que fico meio perdido no início – mesmo com um mapa nas mãos que peguei na entrada.

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Eu esperava um museu tradicional, mas o prédio do arquiteto Daniel Libeskind é uma obra de arte da arquitetura moderna que por si só já é uma atração. A proposta – está tudo escrito aqui – é conectar sua arquitetura com o tema do museu. O arquiteto chama seu projeto de Between the Lines: uma linha reta, quebrada em muitos fragmentos; outra; uma linha tortuosa, que continua indefinidamente.

Ufa, meio difícil de entender o que escrevi – eu mesmo não sei se entendi – talvez fique mais fácil olhando o mapa que recebi na entrada.

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Em vez de quebrar a cabeça, já fui andando seguindo esta linha vermelha. Desci a escada apontada em start e estou neste ponto que mostra a foto abaixo.

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São corredores em forma que se cruzam no mesmo andar e também levam a andares diferentes, sempre com algum tipo de mostra relacionado à história do judaísmo na Alemanha.

Por exemplo, estou no final de um dos corredores, frente ao Jardim do Exílio.

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É um lugar completamente diferente, o piso é inclinado, então você perde o equilíbrio andando por lá entre as torres. Parece que você está tonto, que não está se sentindo muito bem, que algo está fora de ordem.

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Vamos andando.

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Daniel Libeskind, o arquiteto que projetou tudo aqui, fez questão de criar vários espaços vazios. Segundo ele, representam a ausência de judeus na sociedade alemã.

Escuto um barulho, parece de pessoas quebrando pratos. É uma outra sala, o chão é coberto por 10 mil rostos feitos de ferro simbolizando judeus mortos. Os visitantes caminham sobre as placas. É um trabalho do artista israelense Menashe Kadishman, a obra é chamada de ShalechetFolhas Caídas.

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Esta na foto abaixo é uma árvore em que os visitantes escrevem seus desejos em papeis e os penduram lá.

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O que estou gostando neste museu é a combinação do moderno e inusitado – bem inusitado às vezes – e as relíquias , o objetivo principal.

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Sempre aparece algum dispositivo tecnológico, estou agora bem na frente de uma parede escura tirando uma foto. A escuridão reflete muito bem minha imagem.

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Estou começando a entender melhor o museu como um todo. Existe um prédio antigo, é lá que compramos ingressos e é lá que está a cafeteria, e existe a parte novo, com tudo o que estamos vendo até este momento. Percebo isso melhor quando olho pela janela.

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Olhando pela janela também tiro uma foto que representa muito bem a Berlim que estou visitando. Primeiro, o balão bem ao fundo; depois, as obras que não param; por último, as tubulações azuis que estão por toda a cidade e que servem para drenar o terreno em obras.

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Olhando para dentro novamente, há uma relíquia bem em minha frente.

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Em um museu como este, não tem como faltar um referência à KaDeWe.

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KaDeWe, aquela loja de departamentos monstruosa que visitei há alguns dias, foi fundada por um empresário judeu, Adolf Jandorf. Abriu suas portas em março de 1907 e mais ou menos 10 anos depois foi comprada pela empresa Warenhaus Hermann Tiez AG. Esta empresa era dona também da lojas de departamento Hertie, do judeu Hermann Tietz.  O empresário judeu precisava expandir a loja, mas foi boicotado pelos nazistas, forçado a vender sua empresa e sair da Alemanha.  Na Segunda Guerra Mundial, um avião americano caiu sobre o prédio, destruindo tudo. A guerra acabou e começou o processo de reconstrução, bem devagar, andar a andar, até chegar à aquilo que vimos na visita outro dia. Que exemplo.

A visita acabou, quero dar uma olhada lá fora.

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Ah, agora ficou ainda mais fácil entender o museu antigo e o museu velho. Vamos olhar um pouco mais.

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Lá no final há um forno de barro, cópia fiel aos fornos mais antigos judeus. Foi construído à base de donativos.

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Mais uma foto do museu, parte antiga.

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Vamos ao último museu de hoje, Deutsches Technikmuseum. No caminho, não resisto a fotografar um prédio monumental.

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Confiro no Google Maps, vejo se há alguma descrição do lugar. Nem acredito, aqui fica a sede alemã da Wikimedia.

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Vivo pesquisando a Wikipedia para deixar este blog mais rico, pois ela é mantida justamente pela Wikimedia. Que mundo pequeno!

Chego ao Deutsches Technikmuseum.

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Uau, que prédio! Agora fiquei ansioso para entrar.

Que choque! Embora lá fora o prédio aparente algo bem antigo, aqui a exposição é bem tecnológica, moderna. Na entrada há até um pêndulo gigante (o tecnológico) com uma foto de fundo (o antigo).

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Depois de andar um pouco, começo a entender o local. É um espaço interativo de experiências tecnológicas. Por exemplo, eu me vejo em espelho gordo e depois … ufa, magro.

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E depois vejo raios saindo de meu dedo quando encosto em uma esfera acrílica.

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Me senti o próprio ET.

O fato, porém, é que estou achando o museu muito legal … para crianças. E é! Só agora que estou no térreo novamente, vejo outra parte bem em frente com exposições mais coerentes com um museu.

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A inscrição diz Car for an Ambassador, chegava a 80-90 km/h. Veja por inteiro as duas inscrições aqui ao lado do carro..

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Olha só, carros que parecem bicicletas. Ou bicicleta motorizada.

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Com relação à última foto acima, a frase na inscrição é engraçada: The devil’s work, machine from hell, stench bike. Ou, em tradução livre, O trabalho do diabo, máquina do inferno, bicicleta fedorenta.

As descrições completas são estas.

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E este fusquinha aqui, de 1951. Mais antigo do que o de minha amiga Leila, que tem um parecido, mas da cor verde.

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Vamos andando pelo museu.

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Não há apenas carros aqui, vejo exposições de tecnologia, comunicação, internet, história da evolução da informação. Para o post não ficar muito grande, coloco apenas algumas poucas fotos desta parte.

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Quando entrei no museu, recebi este mapa de orientação.

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Cheguei agora ao final da exposição, enorme, mas não consegui me encontrar neste mapa. Perguntei para um funcionário do museu em que ponto nós estávamos neste mapa cheio de prédios em curva: no laranja, no azul, no rosa… Nenhum, disse ele, estamos neste vermelho menor no alto da foto. Os outros maiores são os prédios ao lado deste aqui.

Levei um choque. Já estou aqui há um bom tempo e só agora percebo que entrei no museu menor. Pior, falta meia-hora para fechar, não vou querer voltar aqui, há muitas outras coisas para ver na cidade.

Não tem jeito, vou ver se consigo passar rapidamente por aqueles prédios grandes. Sou um eterno otimista.

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O primeiro é uma ruína histórica, mas mal cheguei e o funcionário já pediu para eu sair, o parque histórico fecha às 17h30, o museu é que fecha às 18h. Que remédio, vamos embora para o museu maior.

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Além da parte ferroviária, há também o museu da cerveja.

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Pronto, o serviço de som já avisa sobre o encerramento da atividade em 15 minutos. Nem quis esperar, já ouvi pessoas falando que aqui eles são radicais, fecham quem estiver dentro, só voltam no outro dia. Se é verdade ou não, nem quero saber. O museu é grande, estou longe da entrada, vou mais é correr para a saída.

Cá entre nós, eu não teria feito esta confusão se tivesse prestado atenção no lado exterior dos prédios. Olha só o prédio maior, este que visitei correndo.

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Está na cara que aqui é o museu tecnológico maior. Tem até avião saindo!

Bom, devo estar cansado, melhor parar por aqui. Até mais!

Um comentário quanto ao mapa de encerramento, está meio embolado. Precisei aumentar o zoom para incluir a primeira visita, a fazenda em Domäne Dahlem, ela está bem ao sul de Berlim – é aquele pontinho vermelho lá embaixo. Os outros museus estão na parte mais central, ficou um pouco difícil mostrar tudo em um mesmo mapa.

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2 pensou em “Abril, 30 (15/28) – Museu em fazenda, Museum für Naturkunde, Jüdisches Museum Berlin, Deutsches Technikmuseum

  1. Muito bom mesmo! Pena você não ter conseguido ver tudo, principalmente as ruínas históricas….
    Valeu, foi um bom dia!!!
    Até amanhã! Bjssss

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